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O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) que pediu a detenção do primeiro-ministro israelita e de dirigentes do Hamas afirmou neste domingo, em entrevista, que “ninguém está autorizado a cometer crimes de guerra ou crimes contra a humanidade“.

Karim Khan, o procurador do TPI que pediu a emissão dos mandados de detenção para Benjamin Netanyahu e os dirigentes do grupo islamista Hamas por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, alegadamente cometidos na Faixa de Gaza e em Israel, foi alvo de várias críticas após essa decisão. Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, disse sobre a decisão que não se pode estabelecer “qualquer equivalência entre Israel e o Hamas”.

O nosso trabalho não é fazer amigos“, disse o procurador do tribunal de Haia em entrevista ao jornal britânico The Sunday Times. “Devemos sublinhar o igual valor de cada criança, de cada mulher, de cada civil num mundo cada vez mais polarizado”, acrescentou Karim Khan, advogado britânico, com um longo percurso de trabalho no âmbito do direito penal internacional e em direito internacional dos direitos humanos.

O procurador sublinhou que “não se pode ter critérios duplos” e garantiu que “o mundo observa a situação” em Gaza e Israel. “Os Estados poderosos são sinceros quando afirmam que existe um conjunto de leis, ou o sistema baseado num conjunto de regras é um disparate, uma simples ferramenta da NATO e de um mundo pós-colonial?”, questionou Karim Khan, que nasceu em Edimburgo e é procurador do TPI desde 2021.

O procurador de 54 anos rejeita qualquer equivalência entre Israel “com a sua democracia e o seu Supremo Trbunal” e o Hamas. “Israel tem todo o direito de proteger a sua população e de recuperar os reféns”, afirmou o procurador, que acrescentou que “ninguém tem o direito de cometer crimes de guerra ou crimes contra a humanidade”.

O procurador evoca a situação na Faixa de Gaza, “o facto de a água ter sido cortada, (…) e de as pessoas que fazem fila para comida terem sido alvos” de ataques. “É todo o esquema que é revelador. Nós analisámo-lo de forma objetiva e racional”, defendeu.

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