O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou esta terça-feira para a importância da defesa dos direitos humanos, num mundo em que aumentam as ditaduras e diminuem as democracias, algumas destas também a perder qualidade.
Marcelo Rebelo de Sousa participou esta terça-feira na inauguração do Centro de Direitos Humanos da Amnistia Internacional (AI) em Portugal, em Santo Amaro de Oeiras, Lisboa, a nova sede da AI no país.
Durante cerca de 30 minutos o Presidente falou sobre a evolução dos direitos humanos no mundo, desde a instituição dos direitos políticos mas também dos económicos, sociais e culturais, falou dos direitos pessoais e dos direitos das mulheres, e elogio a AI, que tem “o poder da cidadania e o poder da afirmação da dignidade humana“.
Marcelo Rebelo de Sousa, perante perguntas dos participantes na cerimónia, falou também do conflito entre Israel e o Hamas para dizer que há naquela região dois povos que entendem que têm direito ao mesmo território, que a solução da comunidade internacional passa por dois Estados, embora tenham perdido peso os defensores dessa solução.
Israel avança com uma proposta para cessar fogo e quer resposta do Hamas em 24 horas
É preciso, disse, apoiar os que querem manter esse diálogo para no futuro haver dois povos e dois Estados, e é importante que a União Europeia tenha uma posição comum e “não às fatias“.
O Centro de Direitos Humanos da AI foi inaugurado no dia em que a organização comemora o 63.º aniversário.
Pedro Neto, diretor executivo da AI em Portugal, explicou à Lusa que a mudança se impunha porque a organização tinha uma pequena sede em Lisboa, com acessibilidades difíceis para pessoas com mobilidade reduzida, e tem agora mais espaço.
“Temos um centro de direitos humanos que queremos aberto ao público”, disse o responsável, acrescentando que a partir de agora a AI pode responder a pedidos de visitas, num espaço aberto a formações e workshops.
Questionado sobre se mais condições querem dizer também mais trabalho Pedro Neto disse que as condições do mundo exigem sempre cada vez mais trabalho e lembrou que a AI é uma organização com limites de recursos financeiros e humanos.
A AI é um movimento global com mais de 10 milhões de pessoas, que na própria definição da organização “mobiliza a humanidade” para que os direitos humanos sejam “uma realidade universal”.
A AI é independente de qualquer governo, ideologia política, interesse económico ou religião e é financiada essencialmente por membros e donativos individuais.
Perante notícias e relatos de abusos de direitos humanos a AI investiga e recolhe testemunhos e procura resolver essas situações, trabalhando para que em todos os países as pessoas possam usufruir de todos os seus direitos.