O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português reúne-se na terça-feira com o secretário executivo e os representantes diplomáticos dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Lisboa, disse à Lusa fonte oficial do ministério.

A fonte não adiantou os temas da agenda, mas de acordo com fontes diplomáticas ligadas à CPLP, o almoço será antecedido de uma reunião entre o ministro e o secretário executivo da organização, Zacarias da Costa, e um dos pontos da agenda serão as possíveis alterações aos vistos para cidadãos do espaço CPLP em Portugal.

A iniciativa partiu do ministro Paulo Rangel, que convidou Zacarias da Costa e os embaixadores dos nove países da CPLP em Lisboa para um almoço, disse a fonte oficial do MNE, mas salientando que a agenda “não é pública“.

Este convite do MNE surgiu depois de o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, ter anunciado a 13 de maio que a entrada em Portugal de imigrantes da CPLP vai ser “mais exigente”.

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No visto para a procura de trabalho, “a pessoa vai ter de demonstrar que tem condições para subsistir em Portugal enquanto andar à procura de trabalho”, disse.

Um assunto que levou o Partido Socialista a requerer a audição no parlamento do ministro Paulo Rangel, que foi aprovada esta semana, ainda sem data marcada.

Para o PS, trata-se de “uma matéria central” da política externa e que “pode ter implicações no funcionamento da CPLP e na relação entre os seus Estados-membros”.

No requerimento a solicitar a ida de Rangel ao parlamento, os socialistas consideram que o anúncio feito pelo Governo foi “pouco esclarecedor quanto às suas implicações” e por isso querem que Paulo Rangel preste esclarecimentos “com a máxima urgência” no parlamento “para que se possa aferir em toda a sua extensão as consequências do que foi anunciado”.

Além disso, na sequência de um recente acordo de cooperação assinado entre São Tomé e Príncipe, Estado-membro da CPLP, e a Rússia, gerou-se uma polémica sobre as relações de países daquela comunidade com a federação russa, que levou também a um pedido de audição do MNE no parlamento.

Acordo com Rússia pode condicionar posições de São Tomé em organizações internacionais

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove países que integram a CPLP.