A actual geração do Porsche 911, a 992, foi alvo da atenção dos técnicos da marca, que lhe refrescaram os atributos comerciais. Por fora, há pequenas alterações que melhoram ligeiramente a aerodinâmica — a começar por alhetas activas na entrada do para-choques anterior que fecham quando a refrigeração é suficiente —, enquanto por dentro o coupé passa a vir de série com bancos apenas à frente e um painel de instrumentos suportado por um ecrã único, com 12,6”.

A maior diferença no 911, que a Porsche denomina geração 992.1, tem a ver com a estreia da há muito esperada versão híbrida, disponível exclusivamente na versão GTS. O motor com seis cilindros opostos sobrealimentado viu a capacidade subir dos habituais 3.0 litros para 3.6 litros, com um só turbocompressor a ser eléctrico (em vez dos habituais dois convencionais), para evitar o atraso na resposta ao acelerador. Esta unidade motriz fornece 485 cv, apenas mais 5 cv do que os 480 cv fornecidos pela versão de 2022 do GTS (com o 3.0 de seis cilindros), mas a potência total aumenta para 541 cv com recurso ao sistema híbrido.

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Para atingir esta fasquia, a Porsche instalou dois motores eléctricos no 911 GTS, um pequeno com 54 cv (que durante 10 segundos pode debitar 64 cv) para dar uma mão ao motor de combustão a gasolina, e outra unidade ainda mais pequena, com apenas 15 cv, responsável por fazer girar o turbocompressor, sem necessitar de esperar que os gases de escape aumentem a velocidade do fluxo. Este motor é ainda responsável por gerar energia (armazenada na bateria com 1,9 kWh de capacidade bruta), juntando-se à unidade mais potente para produzir energia nas travagens e desacelerações, com o 911 GTS Híbrido a não ser capaz de se deslocar exclusivamente com motor eléctrico, ao contrário do que acontece no pequeno e acessível Toyota Yaris, por exemplo.

Se, por um lado, é de saudar a electrificação do motor com seis cilindros opostos, por outro, não deixa de ser estranho o ganho demasiado ligeiro que assegura. Comparado com os 480 cv do GTS de 2022 (não electrificado), o GTS de 2024 atinge 541 cv graças ao motor eléctrico, desde que tenha carga na bateria. Pesa apenas mais 50 kg (1620 contra 1650 kg), se considerarmos as versões com caixa automática, para o GTS Híbrido anunciar uma velocidade máxima de 312 km/h, apenas mais 1 km/h do que o velho GTS. O consumo homologado de cada modelo tão pouco difere muito, pois o antigo GTS reivindicava uma média de 10,7 l/100 km, ao passo que o 911 Híbrido corta apenas 0,2 litros no consumo, registando 10,5 l/100 km. A capacidade de aceleração de 0-100 km/h é de 3,0 segundos no novo GTS, para o antigo se ficar pelos 3,4 segundos.

Além das alterações introduzidas no GTS, a geração 992.1 do Porsche 911 melhorou igualmente as especificações do Carrera, que mantém o tradicional motor 3.0, mas altera os turbocompressores e o intercooler. A potência sobe de 385 para 394 cv, apesar do binário se manter nos 450 Nm, mas para encontrar os ganhos em matéria de prestações é quase necessário uma lupa. Isto porque a velocidade máxima aumentou 1 km/h (agora 294 km/h) e os 0-100 km/h baixaram somente 0,1 segundos, fixando-se agora em 3,9 segundos.

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