O resultado na passada quinta-feira não espelhou a diferença de qualidade entre Portugal e a Polónia, esse mesmo resultado mostrou espelhou sobretudo o momento que Portugal atravessa neste Europeu Sub-17. A derrota com a França não beliscou o primeiro lugar naquele que era o “grupo da morte” pelos triunfos com Espanha e Inglaterra mas acabou por deixar mossa no ponto físico da Seleção. Não se pode justificar todas as inúmeras oportunidades falhadas ao longo da partida com o desgaste acumulado mas, em alguns momentos da segunda parte, aquilo que se viu foi o aumento do número de passes errados, dos erros quando a equipa tentava sair em transição e de dificuldades no setor defensivo. Além da Sérvia, Portugal tinha um outro “adversário”. E era também contra isso que tentava lutar por um lugar na final da competição.

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“O grupo está cansado mas confiante e com enorme sentido de compromisso. Os jogadores estão conscientes das dificuldades que terão, sabendo que o percurso que nós fizemos foi sempre muito exigente e o que falta não vai fugir a isso. Estão a gerir bem um eventual sentimento de pressão, temos também estado preocupados em gerir estas situações, aliviar um bocadinho. Temos que pensar que é mais um jogo, um jogo que vamos discutir até ao fim, dos jogos que gostamos de disputar, contra mais uma equipa intensa, agressiva, com bons jogadores, portanto queremos jogar e desfrutar do jogo”, apontava João Santos, técnico da Seleção Sub-17 que não podia contar exatamente por problemas físicos com Rafael Mota e David Daiber.

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“Temos que estar ao nosso melhor, como em todos os momentos deste Europeu. Temos que estar sempre ao mais alto nível. É isso que tenho pedido aos jogadores. Para discutirmos o jogo com a Sérvia vai ter que ser assim, sabendo perfeitamente que é uma seleção com qualidade e que vai ter os seus momentos de maior perigo. Vamos ter que aguentar e quando chegarem os nossos temos de aproveitar, estarmos por cima e sermos felizes. Temos vindo a fazer este caminho que já é bom mas queremos mais um bocadinho”, frisara.

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Depois das quatro vitórias em cinco finais ainda no modelo de Europeu Sub-16, Portugal tinha agora essa possibilidade de chegar à terceira decisão da prova depois dos triunfos com Espanha em 2003 (2-1) e em 2016 (1-1, 5-4 g.p.). Custou mas foi. E os descontos trouxeram a reviravolta depois de uma primeira parte falhada sobretudo no plano defensivo e um segundo tempo de completa redenção com uma segunda bola no poste à mistura onde a Seleção foi buscar forças onde não parecia ter para virar de 0-2 para 3-2 aos 90+5′, tendo agora pela frente o vencedor da outra meia-final entre Dinamarca e Itália que se joga este domingo.

A partida até começou logo com um susto resolvido aos 30 segundos por Diogo Ferreira, depois de um atraso mal medido que por pouco não valeu a Vasilic o primeiro golo, mas foi Portugal a assumir de seguida o jogo tendo as melhores oportunidades dessa fase inicial, entre um remate de fora da área de Geovany Quenda na sequência de uma diagonal da direita para o meio que bateu na trave (12′) e um lance em que Cardoso Varela apareceu isolado na área, podia ter atirado de pé direito que é o seu dominante mas arriscou com o esquerdo ao lado (18′). A eficácia voltava a ser um problema para a Seleção, que em paralelo não estava confortável na sua organização defensiva como se tinha visto em alguns momentos com a Polónia. A Sérvia aproveitou, com Cvetkovic, um “craque” em potência, a combinar à entrada da área antes do remate para o 1-0 (22′).

Não era a primeira vez que Portugal estava em desvantagem no marcador neste Europeu Sub-17, algo que já tinha acontecido com a Espanha e com a França. No entanto, e ao contrário dessas partidas, a Selção não teve a mesma capacidade para ter uma resposta a esse golo, enfrentando ainda mais dificuldades para chegar com qualidade ao último terço e jogando depois contra um azar que também fez a sua aparição a favor da Sérvia: Cvetkovic recebeu na profundidade, assistiu Rankovic, Diogo Ferreira defendeu o remate do avançado mas a bola acabou por bater de forma caprichosa em Eduardo Felicíssimo, encaminhando-se para a baliza nacional para o 2-0 (37′). E até ao intervalo o peso do resultado podia ser ainda maior, com Vasilic a aproveitar uma fase de total desnorte defensivo nacional para desviar de forma caprichosa ao poste (43′).

Portugal tinha um caminho complicado pela frente. Por um lado, teria de fazer algo mais no ataque, sendo que o último passe continuava fadado a não ser o ideal. Por outro, com linhas mais subidas, ficava bem mais exposto às saídas rápidas da Sérvia, que viu Rankovic acertar também na trave depois de ter passado por Diogo Ferreira tendo a baliza aberta (51′). Era necessário um golo para equilibrar de novo as forças e o mesmo surgiu na sequência de um lance entre Damjanovic e Gabriel Silva após livre lateral de Quenda (60′). A Seleção estava na luta antes de voltar o festival de golos falhados, entre um lance em que Afonso Patrão falhou sozinho e outro em que Quenda atirou enrolado para corte da defesa, e o empate chegou mesmo a um minuto do final, com Rodrigo Mora a desviar ao primeiro poste um cruzamento de Edgar Mota para o 2-2 antes de Trovisco assinar a reviravolta no quinto minuto de descontos na pequena área.