A Igreja Lusitana, da Comunhão Anglicana em Portugal, apela à participação nas eleições europeias de 9 de junho, pois “um cristão não se pode alhear da sua condição de cidadão plenamente participante na sociedade civil em que se integra”.
Este apelo saiu da segunda sessão do 100.º Sínodo da Igreja Lusitana, que este fim de semana terminou em Gaia, concluindo os trabalhos que tiveram a primeira sessão em fevereiro, em Lisboa, e na qual participou o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, líder espiritual da Comunhão Anglicana.
Durante os trabalhos da sessão de Gaia, e segundo um comunicado da Igreja Lusitana, foi analisada a situação que se vive “numa sociedade que facilmente cria divisões, muros e discursos de ódio”, tendo sido aprovadas propostas de apoio e solidariedade com as vítimas da guerra da Ucrânia e com a diocese Anglicana de Jerusalém, “no contexto dos trágicos acontecimentos no Médio Oriente”.
Nas preocupações dos participantes no Sínodo da Igreja Lusitana esteve também a diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, face à “maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul”, onde desde o fim de abril chuvas torrenciais deixaram cidades inteiras inundadas, com as autoridades brasileiras a confirmarem já 170 mortes e mais de 580 mil pessoas desalojadas.
Os delegados desta Igreja da Comunhão Anglicana em Portugal abordaram ainda a questão do acesso das mulheres ao ministério ordenado, aprovado no Sínodo de 1991, mas desta vez para atualizar as diretrizes, “no sentido de tornar explícito que o acesso das mulheres ao ministério ordenado inclui o diaconado, o presbiterado e o episcopado”.
Constituída em Portugal em 1880, em Lisboa, a Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica é, de acordo com o bispo diocesano, Jorge Pina Cabral, “uma igreja que é uma via intermédia entre o catolicismo romano e as igrejas protestantes”.
“É uma igreja desde a sua origem fortemente inculturada, e ao mesmo tempo uma igreja ecuménica, na medida em que procura estabelecer as relações com as outras igrejas, fortemente empenhada no Conselho Português de Igrejas Cristãs e também, de há uns anos a esta parte, no diálogo inter-religioso”, acrescenta.
A Igreja tem 14 comunidades de norte a sul do país, congregando cerca de 5.000 membros.