O julgamento federal de Hunter Biden já tem júri escolhido e devem ser feitas, nesta terça-feira, as alegações iniciais num caso que, embora não envolva diretamente o Presidente dos EUA, poderá ter influência na campanha eleitoral. O filho de Joe Biden está a ser julgado por ter mentido, em 2018, quando comprou uma arma de fogo e indicou que não sofria de qualquer dependência de drogas. Na verdade, como o próprio Hunter Biden viria a reconhecer no seu livro de memórias, nessa altura sofria de uma grave dependência de cocaína crack.
De acordo com o relato feito pela Associated Press, a Primeira Dama (Kamala Harris) esteve sentada na primeira fila do tribunal de Delaware enquanto foram inquiridos mais de 60 potenciais membros do júri. Essas pessoas falaram sobre as suas convicções em relação ao uso de drogas e sobre as armas de fogo e, com base nesse processo, foram escolhidos seis homens e seis mulheres para formarem o júri, além de quatro mulheres como substitutos.
Todos os membros do júri devem abster-se, nos próximos tempos, de falar sobre este caso ou ler notícias sobre ele. Essa foi a instrução dada pela juiza Maryellen Noreika, a magistrada que vai presidir a este julgamento e que, como recordou o jornal Politico, foi nomeada pelo anterior Presidente Donald Trump. Foi, aliás, também nomeado por Trump o juiz que vai presidir ao outro caso judicial em que Hunter Biden é visado, um caso de evasão fiscal que deve começar a ser julgado a partir de setembro.
No caso agora em julgamento, o filho do Presidente Biden é acusado de três crimes relacionados com a compra de uma arma de fogo (a um vendedor licenciado) indicando no formulário que não sofria de qualquer dependência de drogas ou álcool ou de qualquer doença do foro mental. Este é um julgamento que poderia ter sido evitado, sobretudo sendo tão perto das eleições presidenciais de novembro, mas Hunter Biden recusou assumir-se como culpado e assinar um acordo extrajudicial. O filho de Biden queixou-se de ser tratado de forma injusta pelo Departamento de Justiça.
Numa declaração publicada ao final do dia de segunda-feira, o Presidente disse que sente um “amor sem limites” pelo seu filho, além de ter, também, “confiança nele e respeito por sua força”. “Eu sou o Presidente, mas também sou um pai”, disse Biden, garantindo que não irá fazer mais comentários sobre o caso. “A Jill e eu amamos muito o nosso filho e estamos muito orgulhosos do homem que ele é hoje”.
Biden não esteve no tribunal mas não estava longe: estava na sua casa em Wilmington, no mesmo Estado de Delaware. O Presidente dos EUA viaja esta terça-feira para França e irá ficar fora do país o resto da semana. A família esteve representada irmã no tribunal pela irmã do réu, Ashley Biden, bem como a mulher deste (Melissa).