Depois de três cancelamentos, a Boeing conseguiu, por fim, enviar astronautas para o espaço, a bordo da cápsula Starliner. A viagem, com dois tripulantes a bordo, começou esta quarta-feira no Cabo Caneveral, na Flórida, e, se tudo correr dentro do previsto, deverá terminar estar quinta-feira, com a chegada dos dois austronaustas norte-americanos à Estação Espacial Internacional.

Eram 10h52 da manhã na Flórida (quatro horas a menos do que em Portugal Continental) quando a cápsula da Boeing descolou da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, numa viagem impulsionada pelo foguetão Atlas V. A bordo foram os veteranos astronautas Butch Wilmore (que já passou mais de 170 dias no espaço) e Suni Williams, que faz história como a primeira mulher a pilotar uma viagem inaugural de uma nova nave espacial.

Wilmore e Williams vão em direção ao espaço, depois de o lançamento da cápsula Starliner ter sido adiada por três vezes: a primeira, no início de maio, devido a um problema numa válvula; a segunda, a meio de maio, por causa de um fuga de propelente (o combustível usado na propulsão de foguetões); já o terceiro adiamento, no último sábado, deveu-se a um problema informático.

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O principal objetivo da missão espacial, conhecida como Crew Flight Test, é levar uma bomba para reparar o processador de urina da estação espacial internacional (um sistema fundamental para o sistema de recuperação da água consumida) e que está avariado há pelo menos uma semana.

Primeiro voo Boeing que ia transportar astronautas cancelado nos últimos minutos

Segundo a CNN, para além do transporte da bomba, a missão servirá também para testar várias capacidades da Starliner, incluindo o desempenho do propulsor da nave espacial e dos sistemas de navegação. Caso a viagem até ao espaço decorra com normalidade, bem como o regresso (dentro de uma semana), a Starliner pode receber a certificação da NASA e começar a ser utilizada, de forma regular, para transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional.

A viagem é o culminar dos esforços da Boeing para desenvolver uma nave espacial que rivalizasse com a cápsula Crew Dragon, da SpaceX, que colocou, com sucesso, astronautas no espaço em 2020.