O suspeito do ataque à primeira-ministra da Dinamarca vai ficar detido preventivamente 12 dias depois de ter sido interrogado pelo tribunal este sábado, adianta a polícia local.

De acordo com as autoridades policiais, o homem de 39 anos não terá agido por motivação política. O suspeito, que foi preso logo após o ataque, nega ter cometido qualquer crime. Mas pelo facto do acusado não ter ligações à Dinamarca existe o risco de fuga, o que foi um dos motivos apresentados pelo juiz do tribunal da capital para ter decretado a prisão preventiva, refere a estação DR, citada pela Reuters. Não foi revelada a nacionalidade do atacante.

Mette Frederiksen foi agredida esta sexta-feira no centro de Copenhaga por um homem que se dirigiu a ela numa praça da capital dinamarquesa. A primeira-ministra ficou em estado de choque e sofreu uma lesão ligeira no pescoço.

“Depois de ter sido agredida ontem [sexta-feira], a Mette Frederiksen foi levada para o Rigshospitalet (Hospital Nacional da Dinamarca) para ser submetida a um exame médico. A agressão provocou uma ligeira entorse cervical”, indica o gabinete, acrescentando que a primeira-ministra estava “abalada pelo incidente” e que, por conseguinte, cancelou o seu programa para o dia.

O atacante foi detido logo após o incidente. Duas testemunhas oculares, Anna Ravn e Marie Adrian, disseram ao diário BT que viram um homem a caminhar em direção a Frederiksen e depois “empurrá-la com força no ombro para que fosse afastada para o lado”, mas salientaram que a primeira-ministra não caiu.

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Outra testemunha, Kasper Jørgensen, disse ao tabloide Ekstra Bladet que um homem bem vestido, que parecia fazer parte da unidade de proteção de Frederiksen, e um agente da polícia derrubaram o alegado agressor. Søren Kjærgaard, que trabalhava num bar na Praça Kultorvet, onde ocorreu o incidente, disse ao BT que viu Frederiksen após o incidente e que ela não tinha ferimentos visíveis no rosto, mas que se afastou rapidamente.

A primeira-ministra dinamarquesa está em funções desde 2019, sendo a líder do Partido Social Democrático. Foram vários os líderes europeus que manifestaram consternação por este ato de violência ainda por explicar.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mostrou-se “chocada com as notícias do ataque”, condenando o ato “desprezível que vai contra tudo pelo qual lutamos na Europa”.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, considerou a agressão um “um ato intolerável de violência que representa um ataque ao coração dos valores europeus”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou toda a solidariedade, condenando o ato violento contra uma líder democrática eleita.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o ataque como “inaceitável” e desejou as rápidas melhoras à primeira-ministra dinamarquesa.

O ataque ocorreu não muito longe da residência de Frederiksen, que é perto de Kultorvet. Um funcionário de um café na praça em que tudo aconteceu disse à agência Reuters que a vítima “parecia um pouco stressada” ao ser escoltada pelos seguranças após o assalto.

A polícia de Copenhaga confirmou logo na sexta-feira que estava a investigar aquilo a que chama “um incidente em Kultorvet envolvendo a primeira-ministra”, e confirma que uma pessoa está detida. “Neste momento, não temos mais comentários ou observações sobre o caso”, escrevem na mesma publicação.

Também na Dinamarca, multiplicam-se as reações de políticos ao episódio.

“Isto é violento. A nossa primeiro-ministra, com guarda-costas, foi agredida esta noite. Em Copenhaga. Esta não é, de forma alguma, a Dinamarca que conheço”, escreveu Mai Mercado, porta-voz do Partido Conservador, nas redes sociais.

“Terrível a violência contra Mette Frederiksen em plena rua em Copenhaga. Muito sério e repreensível”, escreveu o ministro das Finanças, Nicolai Wammen, numa publicação o X.