O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Viseu Dão-Lafões demitiu-se esta quinta-feira depois das declarações da ministra da Saúde a responsabilizar a administração do Hospital de Viseu por não haver urgência pediátrica naquela unidade desde o início do mês um mês e a dizer que os administradores em causa não eram bons líderes.

Numa carta enviada à ministra da Saúde, à qual o Observador teve acesso, a administração da ULS, liderada por Nuno Duarte, entende “já não reunir as condições para continuar a exercer o seu mandato”. Nessa mesma comunicação, o conselho de Administração justifica que “face à falta de confiança manifestada” no seu desempenho, não há outra alternativa senão apresentar o pedido de demissão.

Os administradores demissionários dizem ainda que deixam os “cargos com a consciência tranquila e com a certeza de que o trabalho realizado fala por nós”. A missiva termina ainda com a frase: “A bem do Serviço Nacional de Saúde.”

A ministra, em audição no Parlamento, visou diretamente a administração do hospital de Viseu: “Porque é que eu tenho hospitais que em janeiro já tinha todos os médicos pediatras a entregarem o papel das 150 horas e das 250 horas. E não aconteceu nada? Não se fez nada? E achou-se normal que isto acontecesse? E esperou-se até agora que fechasse a urgência de pediatria? Isto são bons líderes? Não,não são.”

Nas mesmas declarações a ministra da Saúde disse que há “lideranças fracas” nas administrações hospitalares, responsabilizando-as por alguns dos problemas registados nos hospitais.

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