Quando marcou o golo que viria a decidir o encontro frente aos Camarões no Mundial-2022, no Qatar, Breel Embolo fez questão de não ter qualquer tipo de festejo por respeito ao país onde nasceu antes da separação dos pais e da viagem com apenas cinco anos para França antes de radicar-se na Suíça. São muitos os casos de jogadores que nasceram num país mas representam outro, existem também alguns casos de jogadores que jogam por uma seleção e defrontam o país onde nasceram. É tudo uma questão de opção. Por sentimento, por convicção, por reconhecimento, por identidade, no limite por perspetivas futuras de utilização. E a estreia da Suíça no Euro-2024, com um triunfo frente à Hungria por 3-1, foi escrito dessa forma.

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Apesar das limitações físicas que impediram que fosse lançado de início, Embolo entrou na segunda parte e deixou a sua marca com o golo que fechou o resultado nos descontos – falado também pela forma como a coxa elástica que jogava para proteção caiu no pique que fez para ganhar a bola após novo erro defensivo dos magiares. Antes, o seu “substituto” tinha brilhado. De tal forma que acabou por fazer história.

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Apenas 11 dias depois da estreia pela seleção da Suíça, na sequência de uma recusa em representar a equipa do Gana, Kwadwo Duah fez o primeiro encontro numa grande competição internacional e demorou apenas 12 minutos para marcar, inaugurando o marcador após assistência de Aebischer. Estava carimbada uma estreia de sonho de um avançado que joga numa liga mais periférica (Ludogorets Razgrad da Bulgária, que não teve representantes no Euro-2020 e conta agora com dois jogadores neste Euro-2024) mas que fez valer a aposta de Murat Yakin, que antes da partida explicara o porquê de “poupar” Embolo de início.

Nascido em Londres, Duah, de 27 anos, teve passagem por vários clubes da Suíça para onde se mudou ainda novo, como Young Boys, Neuchatel Xamax, Winterthur, Servette, Wil e St. Gallen, e jogou em 2022/23 na Alemanha ao serviço do Nuremberga, passando na presente temporada para a Bulgária. Por ter familiares ganeses, foi contactado pela Federação africana para poder passar a representar a seleção mas recusou a possibilidade por sentir-se suíço. Esperou, esperou e a oportunidade acabou por surgir numa época que não começou da melhor forma, com críticas aos três milhões de euros investidos com exibições falhadas, mas que subiu até números mais positivos de 15 golos e sete assistências em 35 encontros oficiais.

A par de Duah, Michel Aebischer foi o outro estreante em fases finais que se conseguiu destacar. O jogador de 27 anos do Bolonha, grande revelação da Serie A na presente época com a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, tornou-se o primeiro suíço de sempre com um golo e uma assistência no mesmo encontro de uma fase final do Europeu, naquele que foi também o primeiro golo marcado pela Suíça.