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O presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou este sábado que as guerras na Ucrânia e em Gaza se devem “à fragilidade” da ONU, salientando que se esta assumisse um “papel de neutralidade” a paz já estaria a ser negociada.
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O que está a acontecer na Ucrânia e na Faixa de Gaza deve-se em grande parte à fragilidade do papel das Nações Unidas”, pois “se os países que compõem o Conselho de Segurança assumissem o papel de neutralidade em busca de um acordo, possivelmente estaríamos na mesa de negociações“, disse Lula da Silva numa conferência de imprensa realizada em Apúlia, na Itália, no último dia da Cimeira do G7.
O presidente do Brasil, que participou na cimeira na qualidade de presidente do G20, explicou também que não esteve presente na cimeira sobre a Ucrânia, que começou hoje na Suíça, porque “o Brasil só participará em reuniões para discutir a paz quando as duas partes em conflito estiverem sentadas à mesa“.
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Estamos a propor, depois de um documento assinado com a China (…), que haja uma negociação efetiva, que coloquemos definitivamente a Rússia à mesa e vejamos se é possível convencê-la”, salientou.
Lula da Silva apelou a “todos”, numa alusão ao Presidente russo, Vladimir Putin, e ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, e considerou que essas negociações ocorrerão, sendo apenas “uma questão de tempo”.
Sobre o acordo de comércio livre que está a ser negociado pela União Europeia e pelo Mercosul, o presidente brasileiro afirmou que o Brasil está pronto para o assinar, e que cabe agora à Europa, após as eleições para o Parlamento Europeu, tomar as suas próprias decisões.
“Voltámos a falar sobre a questão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul. E eu disse que, depois de todas as negociações que o Brasil fez para modificar o acordo, incluindo aspetos que considerávamos necessários e eliminando aqueles que víamos como desnecessários, que estamos prontos para quando a UE quiser assiná-lo“, disse.
Lula da Silva proferiu estas declarações aos jornalistas no último dia da cimeira do G7, na Itália, depois de se ter reunido com vários líderes, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente francês Emmanuel Macron.
Para a presidente da Comissão Europeia agora “o problema” tem a ver com a União Europeia, que tem de fazer a sua própria renovação institucional e de liderança.
Von der Leyen, que é candidata à reeleição, encontrou-se com Lula durante a cimeira do G7 e afirmou no final do encontro o seu empenho em chegar a um acordo numa mensagem na rede social X.
You have my full support for your G20 presidency, dear @LulaOficial
On Mercosur, the @EU_Commission remains committed to a good and mutually beneficial outcome.
In parallel, let’s keep rolling out Global Gateway projects and explore a partnership on critical raw materials. pic.twitter.com/pcKAvFNio1
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) June 14, 2024
“A Comissão Europeia continua empenhada no acordo comercial do Mercosul e no futuro da UE”, escreveu
A UE e o Mercosul, que inclui a Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e a Bolívia, estão a negociar um acordo de comércio livre há mais de 25 anos.
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