Com comprimentos de 4,6 a 5 metros e potências entre 245 cv e 498 cv, seis berlinas eléctricas foram testadas numa viagem de Londres a Edimburgo, com a finalidade de determinar qual a mais eficiente, que modelo oferece mais autonomia e quem regista o maior desvio em relação à autonomia anunciada. O comparativo foi realizado pelos britânicos da CarWow e o vídeo que publicaram revela os pormenores da viagem.

A ligação entre as capitais inglesa e escocesa foi efectuada circulando a uma velocidade normal, tanto na auto-estrada como nas estradas nacionais, a um ritmo similar ao adoptado pela maioria dos condutores. E, para aproximar ainda mais da realidade os valores encontrados para o consumo e autonomia, esta viagem rumo ao norte do Reino Unido teve ainda de enfrentar chuva e nevoeiro.

Estranhamente, todas as berlinas recorrem apenas a um motor, instalado no eixo traseiro, excepção feita para o Testa Model 3, que é um Long Range Dual Motor, o que obviamente implica mais peso e maior consumo, sendo que o eléctrico norte-americano é igualmente o modelo mais potente, com 498 cv, à frente do Porsche Taycan Performance Plus (435 cv), BMW i5 eDrive40 (340 cv), BYD Seal Design (313 cv), Polestar 2 Long Range Single Motor (299 cv), sendo o Mercedes EQE 300 (245 cv) o menos potente do lote e, simultaneamente, o mais pesado (2385 kg), atrás do Taycan (2245 kg), i5 (2205 kg), Polestar 2 (2084 kg) e Seal (2055 kg). Apesar de montar dois motores, o Model 3 é o modelo mais leve (1903 kg) neste comparativo.

A berlina que se revelou mais eficiente, isto é, aquela que consumiu menos energia para percorrer a mesma distância, foi o Model 3 da Tesla, que registou um consumo de apenas 13,224 kWh/100 km, batendo o Polestar (14,799 kWh/100 km) e o Mercedes (15,537 kWh/100 km). Os restantes três modelos ficaram acima da fasquia dos 16 kWh/100 km, com o Taycan e o Seal a registarem um consumo de 16,355 kWh/100 km e o BMW a ser o mais “guloso”, com 16,798 kWh/100 km. E se a diferença pode parecer reduzida para quem não utiliza este tipo de veículos, é bom ter presente que o Porsche, com a sua bateria de cerca de 100 kWh de capacidade, seria capaz de percorrer 756 km, ou seja, mais 161 km do que actualmente, o que certamente agradaria aos clientes que assim teriam de realizar menos paragens para recarregar o acumulador.

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As três maiores autonomias conseguidas durante este comparativo ficaram todas acima dos 560 km, com o Taycan a registar a maior, com 592 km, antes de ter de encostar na berma da estrada com a bateria a zero. O EQE percorreu 574 km até ficar a “seco” e o Model 3 ficou-se pelos 566 km. A vitória do Porsche foi conseguida ao percorrer mais 4,4% da distância, mas para tal necessitou de mais 22,7% de capacidade de bateria. A seguir a este trio de modelos com maior autonomia, surgiram as restantes três berlinas, com o Polestar a percorrer 534 km, bem à frente do BYD, que se ficou pelos 499 km, e do BMW, que não foi além dos 476 km.

Para terminar, o ensaio comparativo da Carwow permitiu ainda tirar a limpo a margem de erro no que respeita à autonomia, ou seja, a diferença entre o valor reivindicado pelos construtores para a distância que conseguem percorrer entre recargas e a quilometragem que é possível percorrer pela generalidade dos condutores, em condições normais de utilização, como as foram utilizadas neste teste. Assim, existem dois modelos cuja margem de erro é igual ou inferior a 10%, ou seja, cuja autonomia obtida no teste é igual ou superior a 90% do que é anunciado pelo fabricante, nomeadamente o Mercedes EQE, com 94%, e o Tesla Model 3 com 90%. Atrás deste duo na liderança surge o Porsche Taycan (com 88%), taco-a-taco com o BYD Seal (87%), para no fundo da tabela aparecerem o Polestar 2 e o BMW i5, ambos com 82%, o que lhes confere a maior margem de erro (18%) das seis berlinas eléctricas em confronto.