Uma equipa internacional, liderada por investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS-CIBIO) da Universidade do Porto, descobriu uma nova espécie de serpente na região de Hejaz, na Arábia Saudita.

A descoberta foi revelada numa investigação publicada recentemente na revista cientifica Zoosystematics and Evolution, avança o centro da Universidade do Porto em comunicado.

A pequena serpente, que apresenta um colar preto e uma coloração avermelhada, foi batizada com o nome Rhynchocalamus hejazicus. O colar preto e a coloração avermelhada distinguem a nova espécie dos seus parentes mais próximos, como podemos ver na imagem publicada nas redes sociais da revista.

Amplamente distribuída, a pequena serpente preenche “uma grande parte da lacuna existente na distribuição do género Rhynchocalamus entre o Levante e as regiões costeiras do Iémen e Omã”.

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A serpente habita solos arenosos e pedregosos com cobertura vegetal variável, podendo ser encontrada em “habitats” perturbados pelo homem, o que indica que a “espécie não deve ser classificada como ameaça”, indica o estudo.

A investigação realça também a necessidade de se aprofundar a monitorização e conservação desta nova espécie, sobre a qual “pouco se sabe sobre a historia natural e o comportamento”.

“No entanto, parece que Rhynchocalamus hejazicus tem uma atividade principalmente noturna, uma vez que todos os indivíduos foram encontrados ativos durante a noite“, avança.

Os investigadores recolheram amostras numa vasta área em redor da antiga cidade oásis árabe de AlUla, fruto da colaboração com a Comissão Real para AlUla, na Arábia Saudita, que está a impulsionar atividades científicas e explorações para promover a conservação na região.

Citado no comunicado, o coordenador do estudo, José Carlos Brito, salienta que a descoberta “é surpreendente e dá azo à esperança de que mais espécies por descobrir possam estar presentes no reino”.

“A descoberta de uma serpente tão distinta realça a lacuna existente na descrição de espécies raras e com hábitos mais discretos, e a necessidade de aumentar os esforços de amostragem e as estratégias de monitorização para captar plenamente a diversidade de espécies em áreas inexploradas”, acrescenta o centro de investigação.