Um empate. Uma vitória. Foi desta forma que Dinamarca e Inglaterra, respetivamente, começaram o Campeonato da Europa. As exibições das duas formações estiveram longe do brilhantismo de outros tempos, mas ambas pontuaram e, acima de tudo, chegaram a esta segunda jornada com a hipótese de encaminhar o apuramento para próxima fase. Mais os ingleses que os dinamarqueses, embora ambos estivessem dependentes do jogo entre a Eslovénia e a Sérvia, que abriu o dia.

A primeira jornada não foi positiva para os rod-hvideque empataram diante da Eslovénia (1-1), não conseguindo confirmar o estatuto de favorita. Como indicador positivo surgiu Christian Eriksen que, três anos depois de ter desfalecido em campo, marcou o único golo da sua equipa. O benfiquista Alexander Bah e o sportinguista Morten Hjulmand também estiveram em bom plano, assegurando a titularidade na equipa de Kasper Hjulmand.

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Com um estatuto relativamente maior, os três leões também não deslumbraram na primeira partida, vencendo a Escócia pela margem mínima (1-0), num encontro em que acabaram a defender o resultado. A equipa de Gareth Southgate continua sem deslumbrar, apesar de contar com grandes individualidades, com Jude Bellingham e Phil Foden à cabeça. Ainda assim, nem tudo é mau e um triunfo diante dos dinamarqueses seria suficiente para garantir o apuramento e o primeiro lugar.

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Foi desta forma que Dinamarca e Inglaterra chegaram à partida de Frankfurt, que contou com arbitragem portuguesa, de Artur Soares Dias, que também fez o segundo jogo neste Europeu – esteve no Polónia-Países Baixos (1-2). A únima alteração nas equipas iniciais acabou por ser a troca de Bah por Maehle, com Hjulmand a manter-se no onze. Com o pontapé de saída, Inglaterra apresentou-se com mais bola e em ataque posicional, perante uma Dinamarca que tentava esticar o jogo e apostar na verticalidade dos alas.

A primeira ocasião pertenceu a Foden que, após uma jogada individual, rematou ao lado (13′). Pouco depois, Kristiansen ofereceu uma bola a Walker, o lateral cavalgou até à área, cruzou rasteiro e, depois da bola tabelar em Vestergaard, Kane finalizou para o golo (18′). Com o golo inaugural, a postura das equipas mudou e os nórdicos afirmaram-se no meio-campo de Inglaterra, que passou a jogar na expectativa. Apesar de as oportunidades escassearem, Hjulmand fez o empate com um fantástico remate de fora da área (34′).

Na etapa complementar, Inglaterra voltou a entrar melhor e, depois de Saka rematar ao lado (53′), Foden acertou em cheio no poste (56′). A boa amostra inicial voltou a desvanecer pouco depois e, para tentar contrariar o novo ascendente dinamarquês, Gareth Southgate lançou Bowen, Watkins e Eze para os lugares de Foden, Kane e Saka. O extremo do Aston Villa entrou bem na partida e obrigou Schmeichel a aplicar-se (71′). Logo a seguir, Hojbjerg respondeu com mais um remate de longe, mas Pickford defendeu (73′). Até ao apito final de Soares Dias, Hojbjerg voltou a ficar perto de marcar (85′), mas o empate não voltou a ser desfeito.

O joker

  • Pierre-Emile Hojbjerg foi uma das grandes figuras da partida e, quiçá, aquela que se revelou mais importante neste ponto conquistado pela Dinamarca. Diante dos ingleses, o médio do Tottenham apareceu na defesa e no ataque, mostrando um grande acerto no passe. Terminou o jogo com quatro remates, mostrando que a sua importância não passa apenas pela fase de construção da sua equipa.

A pérola

  • Incontornavelmente, Morten Hjulmand. Opções não faltavam, mais no lado inglês do que propriamente no conjunto dinamarquês, mas o “desconhecido” médio do Sporting acabou por evidenciar-se. Depois de cartas em Portugal, Hjulmand está a afirmar-se no contexto europeu. Frente a Inglaterra, o jogador de 24 anos apresentou-se mais uma vez sólido em termos defensivos e, no ataque, fez um dos melhores golos do torneio.

A sentença

  • Com este empate, as contas do grupo continuam em aberto, embora os ingleses estejam com pé e meio nos oitavos de final. Os quatro pontos conquistados ao cabo de duas jornadas deverão ser suficientes para, no pior dos cenários, passarem na terceira posição. Ainda assim, vencer a Eslovénia garante o primeiro lugar. Na mesma toada está a Dinamarca, que tem de vencer a Sérvia para não depender de terceiros.

A mentira

  • Inglaterra continua muito longe do estatuto de favorita a vencer o Campeonato da Europa. Depois da fraca prestação frente à Escócia, as coisas não mudaram diante da Dinamarca, com os nórdicos a superiorizarem-se durante grande parte da partida. As individualidades acabam por sobressair num coletivo com muitas anomalias e pouco rendimento.