As autoridades chinesas estão investigar as importações de carne de porco da União Europeia (UE), após terem recebido uma petição anti-dumping, que pode ter impacto nas exportações portuguesas, segundo um comunicado do Ministério do Comércio da China.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) refere numa nota esta segunda-feira divulgada que pediu às organizações do setor que lhe façam chegar as suas preocupações “com a maior urgência possível”.
Em 6 de junho de 2023, o Ministério do Comércio da China recebeu uma petição anti-dumping (venda abaixo do custo), que foi apresentada pela Animal Agriculture Association.
Os peticionários exigiram que Governo conduzisse uma investigação anti-dumping contra a importação de determinados produtos e subprodutos de suínos vindos da UE.
Segundo um comunicado do Ministério do Comércio da China, na sequência das provas apresentadas, foi decidido avançar, em 17 de junho de 2024, com uma investigação.
Esta investigação recai sobre produtos como carne de porco fresca, refrigerada ou congelada, seca, salgada ou fumada, pedaços de carne de porco, bem como intestinos, bexigas e estômagos de suíno.
A CAP teve conhecimento desta situação através da Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE) e da Copa-Cogeca, que junta sindicatos que defendem os agricultores a nível europeu.
Segundo uma nota da confederação, a “possível aplicação de direitos anti-dumping afetará as exportações portuguesas para a China dos produtos abrangidos por este processo”.
A confederação pediu às organizações que queiram manifestar “alguma preocupação ou outro elemento relevante”, que o façam “com a maior urgência possível”.
A CAP anunciou ainda que a Copa-Cogeca está a preparar uma carta para a DG Trade (Direção-Geral do Comércio) da Comissão Europeia.
Esta missiva tem por objetivo exprimir as preocupações dos agricultores e pedir ajuda a Bruxelas, de modo a evitar “uma escalada deste processo”.