O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai participar nas cerimónias para assinalar os 25 anos de realização do referendo que levou à restauração da independência de Timor-Leste, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.
Informei o Presidente da República que recebemos confirmação das Nações Unidas de que o secretário-geral da ONU vai estar presente no dia 30 de agosto de 2024″, disse Xanana Gusmão, após o encontro semanal com José Ramos-Horta.
O primeiro-ministro explicou também que durante o encontro foram discutidas as ações a serem realizadas para a celebração dos 25 anos do referendo, realizado em 30 de agosto de 1999.
Nas declarações aos jornalistas, o Líder do Governo lembrou que o povo timorense conseguiu a independência com “sangue e sofrimento” e pediu a todos para que “trabalhem com dedicação, transparência e compromisso” para contribuírem para o “desenvolvimento do país e para melhorar a vida do povo”, que considerou como o “verdadeiro herói da guerra”.
Em 5 de maio de 1999, Portugal e a Indonésia assinaram nas Nações Unidas o acordo que determinava um referendo sobre a autodeterminação de Timor-Leste.
A parte portuguesa foi representada por Jaime Gama, na altura ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e pelo seu homólogo indonésio, Ali Alatas, e por Kofi Annan, antigo secretário-geral das Nações Unidas.
O acordo determinou a realização do referendo, organizado pelas Nações Unidas, e os timorenses tinham de responder se aceitavam uma “autonomia especial” integrando a Indonésia ou se rejeitavam a “autonomia especial, levando à separação de Timor-Leste da Indonésia”.
Mais de 78% dos timorenses rejeitaram a “autonomia especial”, levando à restauração da independência do país.
Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de maio de 2002.