Começou a fase decisiva do Campeonato da Europa. Chegou a hora da verdade. A hora para a qual todas as seleções trabalharam nos últimos meses. E a abrir as hostilidades, nada melhor do que ter a atual campeã da Europa a atuar no mítico Estádio Olímpico de Berlim. Contudo, diante da Suíça, não se perspetivava uma tarefa fácil para a seleção de Itália.

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Na fase de grupos, os helvéticos deram uma boa amostra da sua valia e mostraram que estão na Alemanha para chegar o mais longe possível. A equipa de Murat Yakin ficou apenas atrás da formação da casa, mas o principal dado prendeu-se com o futebol positivo que praticou. A defesa sólida e serena é uma mais-valia, embora o selecionador estivesse forçado a fazer uma alteração para esta partida, já que Widmer estava castigado.

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Do outro lado, a squadra azzurra esteve longe de deslumbrar ao longo da fase de grupos e esteve a um passo de ser eliminada na última jornada. Com a pressão toda do seu lado e a obrigação de defender o título conquistado há três anos, a equipa de Luciano Spalletti, que garante que Itália “está a melhorar”, tarda em encontrar-se e um grande Donnarumma tem evitado males maiores. Porém, a par do rival, o treinador italiano também teve de proceder a alterações na defesas, dada a impossibilidade de Calafiori jogar.

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Olhando às equipas iniciais, Yakin fez apenas a alteração a que estava obrigado, lançando Ruben Vargas. Em sentido inverso, Spalletti mudou seis peças, colocando El Shaarawy, Mancini, Fagioli, Cristante, Chiesa e Scamacca, ainda que o seu clássico 4x3x3 se tivesse mantido. A Suíça assumiu a posse de bola na fase inicial do jogo, mas demorou a criar perigo à defesa italiana. Aos 24 minutos, no entanto, Embolo apareceu isolado, obrigando Donnarumma a voar para impedir o golo.

azzurra continuou a apresentar muitas dificuldades e a superioridade helvética acabou por traduzir-se na vantagem pela margem mínima ao intervalo, já que, aos 37 minutos, Freuler aproveitou o espaço concedido pela defesa italiana e, a passe de Vargas, atirou para o fundo da baliza de Donnarumma. O guarda-redes voltou a evidenciar-se ainda na primeira parte, negando o golo a Rieder com mais uma grande intervenção.

Ao intervalo, Spalletti lançou em campo o herói do jogo contra a Croácia, Zaccagni, retirando El Shaarawy que passou ao lado do jogo no primeiro tempo. Contudo, nos primeiros segundos, Vargas recebeu a bola na esquerda, puxou-a para o pé direito e desferiu um grande remate, cruzado, ao ângulo da baliza de Donnarumma, dilatando a vantagem (46′). A resposta italiana quase foi imediata, mas o desvio de Schär, que ia terminando em autogolo, ficou pelo poste (52′). Na parte final da partida, os italianos apostaram num futebol direto para a área dos helvéticos e voltaram a acertar nos ferros, desta feita por Scamacca (74′). Suíça estava assim apurada para os quartos de final, depois de ter feito o que quis da campeã.

A pérola

  • Ruben Vargas foi um autêntico diabo à solta no ataque da Suíça. Perdeu a titularidade frente à Alemanha, no último jogo da fase de grupos, mas no regresso ao onze inicial mostrou que é um dos principais elementos desta equipa. Fez o passe para o golo de Freuler na primeira parte e, nos primeiros segundos da segunda, marcou o golo da tranquilidade num grande apontamento individual.

O joker

  • Michel Aebischer voltou a ser uma das principais figuras da equipa helvética. Convertido em ala-esquerdo por Murat Yakin, o jogador do Bolonha continua a mostrar que pode jogar em qualquer posição e manter o rendimento. Apesar de não ter sido tão preponderante no ataque, embora tenha feito o passe para o golo de Vargas, Aebischer voltou a aparecer na componente defensiva e ajudou a “secar” o lado direito italiano.

A sentença

  • Com um triunfo tão claro como o deste sábado, torna-se difícil dizer que a Suíça não merece estar nos quartos de final do Europeu. É isso mesmo que vai acontecer, com esta prestação a igualar a de 2021 como as melhores de sempre do país na prova. Agora, segue-se Eslováquia ou Inglaterra, sendo praticamente certo que os suíços vão criar problemas. Em sentido inverso, o campeão em título continua a ter dificuldades para confirmar o seu estatuto e Itália foi o exemplo perfeito disso.

A mentira

  • Luciano Spalletti arriscou ao mudar mais de metade do seu onze inicial e talvez tenha sido por aí que Itália tenha apresentado um futebol pouco deslumbrante. A equipa apresentou poucas rotinas na defesa e no ataque, e no decorrer do jogo não conseguiu contrariar o domínio suíço. A eliminação precoce assenta que nem uma luva a uma equipa refém de Donnarumma.