A ala do Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau contestatária à direção elegeu este domingo o gestor portuário Félix Nandungue líder desta formação política, anunciou Maurício Sanca, da comissão eleitoral do primeiro congresso extraordinário.

De acordo com Sanca, Nandungue arrecadou 679 votos favoráveis dos 753 delegados inscritos ao congresso de sábado.

Os candidatos inicialmente posicionados para disputar a liderança do PRS com Nangungue, Ribana Inqueck e Aladje Sonco, desistiram do processo antes da votação, assinalou ainda Maurício Sanca.

“Félix Nandungue foi, assim, eleito presidente do PRS no decurso do primeiro congresso extraordinário que decorreu sob o lema: Congresso para a reposição da legalidade, reforço da unidade e coesão interna no seio do PRS”, referiu um outro membro do partido, Ufé Vieira, ao ler a ata final da reunião.

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No discurso de consagração, Nandungue prometeu privilegiar o diálogo “com vista à reconciliação interna” do PRS, anunciou que o partido “vai continuar” a participar no processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau e exortou os militantes do partido a respeitarem os estatutos.

Félix Nandungue é gestor portuário, tendo por diversas vezes exercido as funções de diretor-geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), uma das principais empresas públicas do país, posição que ocupa atualmente.

O PRS encontra-se abalado com uma crise interna ao ponto de, em dois dias, realizar outros tantos congressos extraordinários de alas divergentes, uma leal ao presidente interino, entretanto, eleito líder do partido, Fernando Dias, e esta que agora elegeu Félix Nandungue para o mesmo posto.

Fernando Dias foi eleito presidente do PRS na madrugada de sábado.

Dias acusa a ala que elegeu Félix Nandungue presidente do PRS de estar “a reboque” do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, enquanto o grupo que este domingo terminou o seu congresso extraordinário acusa Fernando Dias de desrespeito pelos estatutos do partido.

Um dos fundadores do PRS, Ibraima Sory Djalo, tem afirmado que as disputas no seio do partido serão resolvidas nos tribunais “para determinar quem realmente manda”.

A ala que elegeu Nandungue líder do partido autointitula-se de “Os Inconformados” com a direção do PRS.