A Universidade do Porto (UP) assumiu esta terça-feira ser uma prioridade contribuir para que, até 2027, 70% dos finalistas do ensino secundário dos distritos do Porto e norte de Aveiro frequentem o ensino superior.

Portugal ainda não tem a percentagem suficiente de jovens a frequentar o ensino superior que lhe permita, nesta década, consolidar um modelo de desenvolvimento baseado no conhecimento e nas qualificações, onde a inovação ocupe um lugar central no processo de criação de riqueza”, afirma, em comunicado, o reitor da UP, António de Sousa Pereira, a propósito do arranque da edição de 2024 do programa de iniciação ao ambiente académico “Universidade Júnior”.

Para António de Sousa Pereira, os números de estudantes no ensino superior têm vindo a ser empolados nos últimos anos, ao incluir nas estatísticas todos os que estão nos cursos técnicos superiores profissionais — CTeSP.

Num comunicado onde reconhece o mérito dos CTeSP, o reitor da Universidade do Porto sustenta que estes “não substituem licenciaturas, muito menos mestrados e doutoramentos, que é onde se produz a inovação que leva a ganhos de competitividade“.

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Tendo como ponto de partida os 50% de jovens que frequentam cursos universitários ou politécnicos, a Universidade do Porto quer “liderar a nível nacional o movimento de atração de jovens para o ensino superior em todas as áreas de ensino, com atenção especial para as ciências exatas e para as tecnologias”.

“Tanto o país como a região Norte precisam de mais profissionais qualificados nas tecnologias e nas ciências digitais, única forma de o desenvolvimento e o rendimento ‘per capita nacionais’ convergirem para a média europeia”, afirma António de Sousa Pereira.

Mobilizando 14 faculdades, centros de investigação, mais de 500 monitores e professores e 120 cursos semanais, a “Universidade Júnior” é, todos os anos, “uma operação chave” para o cumprimento deste objetivo, afirma a UP, que revela que a edição de 2024 envolve mais de seis mil jovens do ensino básico e secundário.

Este ano, a universidade vai alojar cerca de mil jovens de todo o país, sendo a maioria dos outros cinco mil oriundos da Área Metropolitana do Porto.

Desde 2005, ano da primeira edição, o projeto, que beneficia de parcerias com a autarquias de todo o país, já foi frequentado por mais de 75 mil jovens.