O stock de dívida das empresas públicas caiu 9,9% em 2023, uma descida de 2.438 milhões de euros, revelou um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
“O stock de dívida registado pelo conjunto de empresas públicas que integram o SEE (Setor Empresarial do Estado) — 126 empresas de um total de 142 — diminuiu 2.438 milhões de euros (-9,9%) em 2023, face ao ano anterior, de 24.588 milhões de euros em 2022 para 22.150 milhões de euros em 2023”, lê-se no documento com a apreciação económico-financeira do setor empresarial do Estado.
Segundo a unidade liderada por Rui Baleiras, “este resultado não foi alcançado de modo uniforme, devido a contributos diferenciados das várias categorias de empresas públicas”.
Por um lado, os maiores contributos para esta redução do stock global de dívida surgiram das empresas públicas não financeiras (-2.662 milhões de euros) e das empresas públicas reclassificadas (-2.482 milhões de euros).
Já os conjuntos das empresas públicas financeiras e das empresas públicas não reclassificadas “registaram aumentos no stock de dívida que ascenderam a 225 milhões de euros e 44 milhões de euros, respetivamente”.
A UTAO destacou ainda que “os segmentos empresariais que apresentam melhores indicadores de rentabilidade (empresas públicas financeiras e empresas públicas não reclassificadas) foram os que aumentaram a dívida e vice-versa, ainda que não sejam aqueles que acumulam os maiores stocks de dívida”.
O universo do setor empresarial do Estado é composto por 142 empresas, mas apenas existe informação financeira reportada no sistema para 126 delas.
Neste ano os aumentos da receita total foram, segundo levantamento da UTAO, superiores aos dos gastos totais. E, segundo o relatório, o EBITDA (rentabilidade operacional) aumentou 939 milhões em 2023, face ao período homólogo anterior: passou de 1.834 milhões em 2022 para 2.773 milhões em 2023 e nos resultados líquidos a melhoria de um ano para o outro foi de 700 milhões, recuperando de 55 milhões em 2022 para 755 milhões em 2023 — tendo as financeiras correspondido com um aumento de 532 milhões, as não financeiras melhoraram 169 milhões (“mantendo-se este indicador ainda em valores negativos para este subconjunto de empresas”, e nas reclassificadas melhoraram 123 milhões (também se mantém negativo).