O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, terá de começar a depor no julgamento por corrupção a partir de 2 de dezembro, decidiu esta terça-feira o Tribunal Distrital de Jerusalém, que supervisiona o caso.

Na decisão do tribunal, os juízes afirmaram que procuraram equilibrar as necessidades da defesa em preparar o seu cliente no meio de uma guerra com o interesse do público em avançar com o julgamento, noticiaram os meios de comunicação social israelitas.

Há dois dias, o procurador-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, propôs que o testemunho do primeiro-ministro ocorresse o mais tardar a 1 de novembro, enquanto a defesa tinha pedido para adiá-lo até março do próximo ano.

Netanyahu é acusado desde 2019 de fraude, suborno e quebra de confiança em três casos de corrupção distintos e também de receber presentes em troca de favores e de alegados acordos de favorecimento para receber cobertura mediática positiva sobre ele e a sua família.

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Há 15 dias, os advogados de Netanyahu solicitaram que não tivesse de testemunhar até março de 2025, uma vez que, “na realidade atual, em que a defesa é obrigada a preparar o primeiro-ministro para testemunhar em plena guerra, o período necessário (…) é muito mais longo” do que o habitual, segundo o pedido.

O processo começou em maio de 2020, mas foi adiado em 2022 e quase não teve peso na campanha para as eleições de 1 de novembro desse ano, após as quais Netanyahu regressou ao poder à frente do governo mais à direita da história de Israel.

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Após os atentados do Hamas de 7 de outubro e o início da guerra em Gaza, o processo foi interrompido e só foi retomado no final do ano com uma audiência em que foram ouvidos testemunhos sobre as acusações contra o político.

Se for condenado e sentenciado, Netanyahu terá de se demitir, mas enquanto durar o processo poderá manter-se no poder.  A lei israelita estipula que um ministro deve abandonar o cargo após uma acusação, mas tal não se aplica a um chefe de governo.