O vogal da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) João Correia, exonerado em 29 de abril, solicitou ao atual provedor uma certidão, para fins judiciais, com os elementos que confirmem irregularidades.
Num requerimento enviado nesta quarta-feira ao provedor, Paulo Duarte de Sousa, a que a agência Lusa teve acesso, João Correia, que se afirma advogado em causa própria, pede que seja emitida certidão integral de teor dos “elementos dados pelo novo provedor”, de que terão sido detetadas “várias irregularidades”.
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Ramalho, afirmou terça-feira, numa audição no parlamento, que a nova administração da SCML encontrou irregularidades na gestão da equipa da anterior provedora, Ana Jorge.
João Correia disse ser “titular direto do interesse jurídico do conhecimento dos factos de onde a senhora ministra concluiu que era autor material das irregularidades que determinaram a sua exoneração” e pediu deferimento com urgência do requerimento.
O advogado referiu, no mesmo documento, que as conclusões apontadas pela ministra da tutela “indiciam a prática de atos ilícitos que, ao não se provarem como imputáveis ao requerente, integram vários ilícitos criminais“, cujo acionamento executará “no momento que reputar como adequado”.
A administração da SCML foi exonerada em 29 de abril, tendo a ministra Maria do Rosário Ramalho justificado a decisão de afastar Ana Jorge, há menos de um ano no cargo, e a sua equipa, por uma “total inação” face à situação financeira na instituição e por não ter um plano de reestruturação para a inverter, tendo ainda acusado a Mesa destituída de se ter beneficiado a si própria com aumentos salariais.
Em maio, tomou posse como novo provedor da Santa Casa Paulo Duarte Sousa, nomeado pela ministra Rosário Palma Ramalho.