830kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A vida e a noite de Chaka Khan

No Ageas Cool Jazz, na noite de quarta-feira, uma das lendas vivas da música americana esteve em palco para explicar (a quem já estava rendido) porque é que faz parte da evolução da cultura pop.

Yvette Marie Stevens, conhecida e inscrita na história como Chaka Khan, a Rainha do Funk no palco do Ageas Cool Jazz, esta quarta-feira à noite
i

Yvette Marie Stevens, conhecida e inscrita na história como Chaka Khan, a Rainha do Funk no palco do Ageas Cool Jazz, esta quarta-feira à noite

FOTOS: Ageas Cool Jazz

Yvette Marie Stevens, conhecida e inscrita na história como Chaka Khan, a Rainha do Funk no palco do Ageas Cool Jazz, esta quarta-feira à noite

FOTOS: Ageas Cool Jazz

“É a minha irmã e a minha maior inspiração”, pode ouvir-se Prince dizer no ecrã gigante do palco do AGEAS Cool Jazz. “É a maior de todos os tempos”, dizia Joni Mitchell, num vídeo que incluía testemunhos de personalidades como Stevie Wonder, Michelle Obama, Whitney Houston e Grace Jones.

Essas pequenas entrevistas estavam incluídas na apresentação da lendária artista norte-americana de 71 anos, Chaka Khan, que esteve no Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais, para fazer o primeiro de dois espetáculos na Península Ibérica (o segundo será em Ibiza, Espanha), com o objetivo de celebrar os 50 anos da sua carreira.

O vídeo oferecia algum contexto da carreira de Yvette Marie Stevens, nome real da mulher que ficou conhecida como Rainha do Funk, explicando que ela venceu dez Prémios Grammy e foi influente em diversos estilos musicais, ela que foi a primeira artista a misturar R&B com rap, através da versão de I Feel For You, de Prince.

No entanto, se olhássemos ao nosso redor, na noite de quarta-feira, todas estas explicações e informações pareciam inúteis. A maré de casacos coloridos e penteados impressionantes que enchiam o recinto do festival indicava que os fiéis a esta lenda dispensavam qualquer tipo de introdução para a história de vida de Khan.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foi o grito de Khan, especialmente em "I Feel For You", que fez as almas ali presentes viajar até paraísos de dança. Isso aliado a uma banda irrepreensível

FOTOS: Ageas Cool Jazz

O sentimento foi refletido quando a artista, que em 2023 entrou no Rock and Roll Hall of Fame, subiu ao palco, acompanhada por uma talentosa banda (que inclui dois bateristas) e um conjunto de dançarinos, e se lançou ao êxito This is My Night.

Assim que ecoaram os primeiros sons do sintetizador, a maioria das pessoas foi transportada para uma quente e suada pista de dança nos anos 80. “This is my night / I’m gonna do it just right / I’m gonna let this magic shine”, cantava a diva Chaka, com a ajuda do coro, o anúncio perfeito do que seria aquela noite.

Ainda que muitas vezes a voz de Chaka Khan tivesse de, entre temas, ser empurrada com a ajuda do coro — como aconteceu por exemplo em Do You Love What You Feel — quando chegava a altura de ela recuperar o seu lendário falsete, não havia quem fizesse frente à sua poderosa voz.

Reconheçam-se as evidências: neste caso, as talentosas vocalistas que compunham o coro, de um talento cruzado com atitude que impressionou, ocupando um lugar importante ao carregar as letras até ao final — mas foi o grito de Khan, especialmente em I Feel For You, que fez as almas ali presentes viajar até paraísos de dança.

A artista pode já não ter a resistência e energia para aguentar um concerto de mais de uma hora do início ao fim – teve mesmo de fazer uma pausa a meio, que serviu para um DJ apresentar uma remistura com uma série de canções da americana (e Music Sounds Better With You dos Stardust), com os BPMs mais acelerados e a atuação das dançarinas – mas continua a ter o poder para nos deixar em sentido e recordar a influência que deixou e que hoje continua a manifestar-se.

Se a música de Khan continua a ter impacto e a soar fresca nas suas atuações ao vivo, tal acontece também porque ela se rodeou de um impressionante elenco de músicos que ajudam a garantir que o seu funk continua quente e sensual. O baixista, em particular, impressionou pela técnica e pela entrega, conferindo a faixas como Tell Me Something Good mais intensidade e atitude.

Os fiéis a esta lenda viva que é Chaka Khan dispensavam qualquer tipo de introdução. Do palco, veio festa e celebração

FOTOS: Ageas Cool Jazz

Mas engane-se quem pense que foi só dançar ao som de funk ao longo desta hora de concerto. A artista mostrou todo o seu ecletismo apresentando Sweet Thing com elementos que piscavam o olho ao reggae, ou I Remember U, que permitiu criar um momento mais intimista, com a vocalista a dançar com um dos seus bailarinos, movida pelo soul e R&B desta canção.

Contudo, os maiores êxitos ficaram guardados para o fim. Depois de uma versão de Everywhere dos Fleetwood Mac (onde os dois bateristas do grupo tiveram a oportunidade de brilhar), Khan soltou o hino de festas I’m Every Woman, soltando a farra no Hipódromo de Cascais. Os corpos perderam todas as inibições e, acima de tudo, agarraram-se, bailaram e celebraram.

Enquanto o nosso cérebro ainda se ocupava com aritméticas fundamentais como “quantos filhos terão sido feitos ao som destas canções”, Chaka Khan estava na reta final do concerto, com Ain’t Nobody a servir como despedida para uma enorme atuação.

Sem grandes alaridos, a artista abandonou o palco e deixou que as atenções se centrassem nos instrumentistas, que se encarregaram de levar o concerto ao seu destino: aquele onde ficam as boas memórias.

Antes de Chaka Khan subir ao palco, os britânicos Morcheeba encantaram com um nostálgico derivado do trip-hop, assim como os Onoma, vencedores do concurso Talentos AGEAS Cool Jazz. O final da noite foi marcado por um DJ set de Alex D’Alva Teixeira. Os concertos do AGEAS Cool Jazz regressam a 19 de julho com Dino D’Santiago e Maro.

 
Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Já é assinante?
Apoio a cliente

Para continuar a ler assine o Observador
Apoie o jornalismo independente desde 0,18€/ dia
Ver planos
Já é assinante?
Apoio a cliente

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Apoie o jornalismo. Leia sem limites. Apoie o jornalismo. Leia sem limites.
Desde 0,18€/dia
Apoie o jornalismo. Leia sem limites.
Apoie o jornalismo. Leia sem limites. Desde 0,18€/dia
Em tempos de incerteza e mudanças rápidas, é essencial estar bem informado. Não deixe que as notícias passem ao seu lado – assine agora e tenha acesso ilimitado às histórias que moldam o nosso País.
Ver ofertas