O presidente da Aliança Global das Vacinas, Durão Barroso, disse esta segunda-feira que vai pedir à comunidade internacional cerca de 9 mil milhões de dólares para financiar a vacinação nos países em desenvolvimento nos próximos anos.

“Informei este fórum dos planos para o próximo ciclo de financiamento, em que pedimos 9 mil milhões de dólares [8,2 mil milhões de euros] para, nos próximos nove anos, vacinar crianças nos países em vias de desenvolvimento”, disse o líder da GAVI em declarações aos jornalistas à margem do Eurafrican Forum, que decorre esta segunda-feira em Carcavelos, nos arredores de Lisboa.

“Em junho, na cimeira em Paris, com o governo da França, a União Europeia e a União Africana, lançámos o Acelerador para a Capacidade de Fabrico de Vacinas em África, e levantámos 1.400 milhões de dólares [1,2 mil milhões de euros] para isso”, acrescentou o antigo presidente da Comissão Europeia, salientando a importância da saúde em África.

A saúde, vincou, “é essencial estar num plano prioritário da nossa cooperação, é um dos aspetos mais urgentes, e já salvámos milhões de vidas de crianças em África, a mortalidade tem vindo a baixar sobretudo pela vacinação, porque a vacinação evitar doenças mortais”, acrescentou.

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Sobre Portugal, Durão Barroso disse esperar que as autoridades continuem a fazer parte do ‘partido africano’, ou seja, dos países que defendem a cooperação com o continente.

“Isto é um esforço concreto, é um dos capítulos da nossa cooperação com África e espero que Portugal continue a cooperar com África através da GAVI, Portugal já colaborou no ciclo anterior e gostava que continuasse a dar uma ajuda para a vacinação de África através da GAVI; é um dos países do partido africano, ou seja, dos países da UE que defendem uma cooperação forte com África”, concluiu.

Falando também como presidente do Eurafrican Forum, Durão Barroso disse também que “o objetivo é ajudar África e promover os interesses da economia europeia”.

A Europa, continuou, “precisa de mais investimento, e África tem potencial, uma grande dinâmica demográfica, e na UE temos muitos recursos para o desenvolvimento de África, na saúde, na educação, na formação profissional, mas ao mesmo tempo África tem potencial de riqueza que pode ser muito útil para a economia europeia”.