A Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, esta quinta-feira visitada pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, teve um aumento de 28% de novos processos, anunciou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que gere o espaço.
Segundo a SCML, que gere o espaço, em 2023 “a UAPSA (Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem-Abrigo) realizou cerca de 15.500 atendimentos, correspondente a quase 3.900 pessoas diferentes” e “abriu ainda 1.035 novos processos de acompanhamento”.
No entanto, “nos últimos meses, este equipamento tem vindo a registar um aumento da sua atividade, quer pela via dos pedidos de ajuda, quer pela resposta que tem sido dada pelos serviços e técnicos especializados da Santa Casa” e “no final do 1.º semestre de 2024, regista-se um aumento de 28% de novos processos abertos face ao período homólogo“, refere a SCML.
Rosário Palma Ramalho será acompanhada pelo provedor da SCML, Paulo Sousa, na visita àquela unidade que “assegura o atendimento e acompanhamento social individualizado às pessoas em situação de sem-abrigo e/ou com domicílio instável na cidade de Lisboa, incluindo requerentes de proteção internacional”.
Segundo a SCML, “a intervenção da UAPSA é de uma enorme importância para estas pessoas que estão numa situação de grande fragilidade social, porque encontram naquele equipamento uma primeira resposta às necessidades mais imediatas, que podem ir desde apoio alimentar a alojamento de emergência, passando por ajuda em questões burocráticas ou logísticas, até à intervenção na área da saúde física e mental”.
Na quarta-feira, o coordenador da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) admitiu que o custo da habitação contribuiu para criar um novo perfil de excluídos, que incluem mais jovens e imigrantes.
Os dados nacionais mais recentes de sem-abrigo remontam a dezembro de 2022 (10.700 pessoas na condição de sem-abrigo), mas o gestor admitiu um aumento dos casos.
“Há um aumento de sem abrigo mas também um aumento das pessoas que saem da condição”, afirmou o gestor, que não se quis comprometer com números, alegando que o levantamento nacional ainda não está concluído.