“A comida nunca é apenas comida”. É assim que começa o trailer para a nova série documental do chef René Redzepi, Omnívoros. Criada e narrada pelo próprio, vem explorar a beleza e a complexidade da experiência humana através dos ingredientes. Estreia-se esta sexta-feira, 19 de julho, na Apple TV+.

Depois de anunciar o fim do Noma, em 2023, o prestigiado chef leva agora os espetadores numa viagem imersiva ao mundo da comida ao longo de oito episódios, cada um dedicado exclusivamente a um ingrediente. São eles a banana, o chili, o café, o milho, a carne de porco, o arroz, o sal e o atum.

Noma. O “melhor restaurante do mundo” vai fechar portas, tornar-se 3.0, e abrir um laboratório de comida

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“Queremos realmente chegar à essência de quem somos, tal como nos dizem esses ingredientes. E, por vezes, isso significa uma cozinha deliciosa e sofisticada, mas normalmente significa os heróis do dia a dia que cultivam os nossos alimentos”, afirmou o produtor executivo Matt Goulding, em entrevista à Gourmet Traveller

Passando por países como Bali, Dinamarca, França, Índia, Japão, México, Peru, Ruanda, Sérvia, Coreia do Sul, Espanha e Tailândia, Omnívoros explora o mundo por detrás de cada um daqueles ingredientes, desde os produtores, agricultores e pescadores, passando pelo impacto na sociedade, até ao consumidor.

Numa entrevista à revista australiana, René Redzepi revelou que a série documental está a ser desenvolvida há mais de 10 anos e que foram preciso oito diretores diferentes para produzirem cada um dos episódios: “Há cerca de 10 a 12 anos, foi-me proposto fazer televisão, mas nunca tive qualquer desejo de estar na televisão só por estar. Mas depois comecei a pensar. Se alguma vez tivesse de fazer algo para a televisão, o que é que seria? E essa foi a primeira ideia do que se tornou Omnívoros”, explicou.

“Pegar em programas como o Planeta Terra, com esse tipo de respeito e dedicação ao mundo natural, mas aplicá-lo ao mundo da alimentação”, acrescentou.

No início de 2023, René Redzepi anunciou que o Noma, com três estrelas Michelin e cinco vezes considerado o melhor restaurante do mundo, em Copenhaga, ia vai fechar portas no inverno de 2024 para se transformar num laboratório de comida, o Noma 3.0. Em entrevista ao The New York Times, o chef dinamarquês justificou a sua decisão revelando que caracterizava como emocional e financeiramente insustentável o modelo de fine dining que o próprio ajudou a criar com a abertura do Noma, em 2003. O restaurante dinamarquês foi pioneiro no estilo de cozinha que veio a ficar conhecido como Nova Cozinha Nórdica, onde a valorização dos ingredientes locais, a eco-consciência e a perfeição reinavam.