A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou esta segunda-feira a suspensão imediata da negociação das ações da Inapa-Investimentos, Participações e Gestão, SA (Inapa IPG), líder em Portugal na distribuição de papel e embalagens. No domingo, o grupo empresarial tinha comunicado à CMVM que ia pedir insolvência “nos próximos dias”.
Em comunicado publicado na página da CMVM, a empresa comunica que o presidente do Conselho de Administração, que é simultaneamente presidente da Comissão Executiva, Frederico João de Moser Lupi, apresentou a renúncia ao seu mandato ao presidente da Comissão de Auditoria.
Vários vogais do Conselho de Administração apresentaram também a sua renúncia.
A insolvência é justificada na comunicação à CMVM com “uma carência de tesouraria de curto prazo” no montante de 12 milhões de euros, para a qual não foi encontrada “solução de financiamento no prazo estabelecido de acordo com a lei alemã”.
Face aos “impactos imediatos que a apresentação à insolvência da Inapa Deutschland terá na Inapa IPG, o Conselho de Administração da Inapa IPG reuniu e analisou a sua situação financeira, tendo concluído pela consequente e iminente insolvência da Inapa IPG” e decidido “apresentar a Inapa IPG à insolvência nos termos da lei portuguesa, o que será formalizado nos próximos dias”, refere o grupo empresarial.
A Inapa IPG alega que a administração envidou “todos os esforços atempadamente” junto de credores e acionistas, em particular do maior acionista, a Parpública — Participações Públicas, para evitar a insolvência da subsidiária alemã.
O grupo Inapa, fundado em 1965, emprega quase 1.500 pessoas, com operações em 10 países. Os principais acionistas são a Parpública, com 44,89%, o grupo Nova Expressão, com 10%, e o Novo Banco, que detém 6,55%.