Na hora da saída, não faltaram os elogios. De todo o mundo, Joe Biden recebeu mensagens de amizade e de aplausos pelo seu trabalho como Presidente dos EUA, mas também a forma digna como decidiu sair da corrida às próximas eleições americanas de novembro. Mas não foram só os parceiros internacionais. Internamente, aqueles que são acusados de ter, nos bastidores, pressionado a que desistisse e deixasse o caminho para outra candidatura democrata, não pouparam nos louvores na hora da despedida.

A começar por Barak Obama ou Nancy Pelosi. O ex-Presidente, de quem foi vice, deixou uma grande declaração no X, ex-Twitter, repleta de termos elogiosos para o “parceiro” e “amigo”. Sem nunca, contudo, mostrar apoio a Kamala Harris e esperando que seja o partido a decidir na convenção, marcada para 19 de agosto.

Obama: “É, certamente, uma das decisões mais difíceis da sua vida”

No X, Obama diz que “Joe Biden tem sido um dos presidentes mais consequentes dos Estados Unidos”, além de “um querido amigo” e “companheiro” para ele. Acrescentando que, com a decisão deste domingo, “fomos recordados — novamente — como é um grande patriota”.

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Depois conta como há “16 anos”, quando começou a procurar “por um vice-presidente”, “já conhecia a carreira notável de Joe no serviço público”. E, na altura, o que passou “a admirar ainda mais foi o seu caráter — a sua profunda empatia e a resiliência duramente conquistada”. Fala ainda da “sua decência” e “da crença” com que todos podiam contar.

Como Presidente, Obama elogia esse caráter de Biden, presente na pandemia de Covid, na criação de emprego, na política de saúde, na questão da segurança e venda de armas, também no investimento para combater as alterações climáticas e nos direitos dos trabalhadores. Internacionalmente, fala da forma como reposicionou os EUA geoestrategicamente, revitalizou a NATO e mobilizou o mundo para enfrentar os ataques da Rússia na Ucrânia.

Depois, Obama fala de como Biden apagou “quatro anos de caos, falsidades e divisão que caracterizaram a administração de Donald Trump”. E que foi esse “histórico impressionante” que lhe deu “todo o direito de concorrer à reeleição e terminar o trabalho que começou”. Por isso, explica, que sabe que “Joe nunca recuou de uma luta” e que “para ele, olhar para o cenário político e decidir que deveria passar a tocha para um novo candidato é, certamente, uma das decisões mais difíceis da sua vida.”

Daí falar num enorme patriotismo. “Sei que ele não tomaria essa decisão a menos que acreditasse que fosse a coisa certa para os Estados Unidos. Isso é um testemunho do amor de Joe Biden pelo país — e um exemplo histórico de um verdadeiro servidor público, que coloca mais uma vez os interesses do povo americano à frente dos seus próprios, e que as futuras gerações de líderes fariam bem em seguir”. Por isso acaba desejando que o partido possa “criar um processo do qual emergirá um candidato excecional”. Ou seja, sem mostrar o apoio a Kamala Harris.

A terminar, apenas uma mensagem para Biden: “Por enquanto, a Michelle e eu só queremos expressar o nosso amor e gratidão a Joe e Jill por nos liderarem de forma tão habilidosa e corajosa durante estes tempos perigosos — e pelo seu compromisso com os ideais de liberdade e igualdade sobre os quais este país foi fundado”.

Pelosi: “Pôs sempre o país em primeiro lugar”

Já Nancy Pelosi, dos primeiros nomes a ser envolvida na pressão para Biden sair da corrida presidencial, a ex-líder da Câmara dos Representantes, realçou o que considera ser o patriotismo de um americano que “pôs sempre o país em primeiro lugar”.

Na rede X a mensagem é apenas sobre Biden, e sobre o que diz ser o seu legado de visão, valores e liderança que o torna “num dos mais consequentes presidentes da história da América”, a mesma expressão usada por Obama.

Starmer: “Tomou a decisão com base no que acredita ser o melhor para o povo americano”

O novo primeiro-ministro do Reino Unido também mostrou o seu respeito pela decisão de Joe Biden. “Respeito a decisão do Presidente Biden e estou ansioso para trabalharmos juntos durante o restante de sua presidência”, escreve Keir Starmer, o trabalhista recém eleito na sua conta do X.

“Sei que, como fez ao longo de sua notável carreira, ele tomou essa decisão com base no que acredita ser o melhor para o povo americano”.

Sunak elogia o “amor pela América e dedicação ao serviço”

Já Rishi Sunak, o ex-primeiro britânico, elogiou o “amor pela América e dedicação ao serviço” de Joe Biden.

Num post no X, ex-Twitter, Sunak escreve: “Ao trabalhar com Joe Biden vi em primeira mão o seu amor pela América e a dedicação ao serviço. A Nossa parceria levou a realizações significativas, incluindo o Aukus, o apoio firme a Israel e a esforços conjuntos na defesa do nosso povo contra as ameaças dos Houthi”.

O ex-primeiro britânico termina a mensagem assim: “Desejo-lhe tudo de melhor.

Boris Johnson saúda “coragem da decisão” de Biden

Outro ex-primeiro britânico a reagir foi Boris Johnson. Diz que saúda Joe Biden pela “coragem da sua decisão” de se retirar da corrida presidencial dos EUA.

“Saúdo Joe Biden pela coragem de sua decisão e também por tudo o que ele fez como Presidente”, escreve o ex-líder dos conservadores num post na rede social X.

Boris elogia ainda Biden por ser “um firme” defensor da Aliança Atlântica e um “amigo da Grã-Bretanha ao longo de sua carreira”, acabando a dizer que foi “um privilégio trabalhar com ele”.

Olaf Scholz: “Conquistou muito: para o seu país, para a Europa, para o mundo”.

O chanceler alemão Olaf Scholz diz que Biden “conquistou muito: para o seu país, para a Europa, para o mundo”.

“Graças a ele, a cooperação transatlântica é estreita, a NATO é forte e os EUA são um bom e confiável parceiro”, escreve Scholz no X. Que termina assim: “A sua decisão de não se candidatar novamente merece respeito.”

Trudeau: um “grande homem” guiado guiado “pelo amor pelo seu país”

Justin Trudeau elogia Joe Biden como um “grande homem” guiado guiado “pelo amor pelo seu país”. Num post no X, o primeiro-ministro do Canadá, escreve que “como Presidente, é um parceiro dos canadianos — e um verdadeiro amigo” e termina: “Para o Presidente Biden e a Primeira-Dama: obrigado.”