O governo britânico anunciou esta terça-feira que vai acabar com a controversa utilização de um barco para alojar requerentes de asilo ao largo da costa sul de Inglaterra, como parte da revisão do sistema de imigração.

O governo trabalhista, que assumiu o poder no início deste mês, disse que o fim do contrato no final deste ano para o ‘Bibby Stockholm’ pouparia 20 milhões de libras (24 milhões de euros) em 2025.

A medida faz parte de um plano mais vasto para poupar mais de 7,7 mil milhões de libras (9,2 mil milhões de euros) durante a próxima década, eliminando uma enorme acumulação de pedidos de asilo.

O uso do barco para alojar até 500 requerentes de asilo esteve rodeado de polémica desde que foi rebocado pela primeira vez para o porto de Portland, em Dorset, há um ano.

O plano era funcionar como alternativa mais barata aos hotéis, numa altura em que o governo conservador tentava fazer face aos custos de alojamento de milhares de imigrantes e impedir a travessia do Canal da Mancha em barcos sem condições de navegabilidade.

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A chegada foi recebida por manifestantes locais que não a queriam atracada na cidade e por outros que receberam bem os refugiados, mas que se opuseram ao que chamaram de “barcaça-prisão”.

Em agosto, a descoberta da bactéria legionela no abastecimento de água, que pode causar doenças graves, obrigou à evacuação do navio durante dois meses.

Em dezembro, um imigrante albanês foi encontrado morto a bordo e acredita-se que se tenha suicidado.

“O Bibby Stockholm tornou-se o símbolo físico do tratamento desumano dado pelo último governo às pessoas que procuravam refúgio no Reino Unido”, afirmou o diretor executivo da organização humanitária Care4Calais, Steve Smith.

A medida faz parte de uma revisão do sistema de imigração, no âmbito da qual o primeiro-ministro, Keir Starmer, abandonou o plano de deportações para o Ruanda do seu antecessor, Rishi Sunak.

“Estamos determinados a restabelecer a ordem no sistema de asilo, a fazê-lo funcionar de forma rápida, sólida e justa e a garantir que as regras são corretamente aplicadas”, declarou a secretária de Estado para a Segurança das Fronteiras e o Asilo, Angela Eagle.