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Aplausos à Mongólia, críticas dos brasileiros e uns ténis inovadores: 13 uniformes dos Jogos Olímpicos de Paris

Os Jogos Olímpicos arrancam esta sexta-feira e muitos foram os países que já mostraram os uniformes que vão usar durante a estadia em Paris, criados por marcas de luxo ou low cost.

Uniformes do Brasil e da Mongólia para os Jogos Olímpicos de Paris 2024
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Uniformes do Brasil e da Mongólia para os Jogos Olímpicos de Paris 2024

Uniformes do Brasil e da Mongólia para os Jogos Olímpicos de Paris 2024

A atleta queniana Hellen Obiri já venceu duas vezes a medalha de prata nos Jogos Olímpicos e irá participar na edição deste ano, que arranca já esta sexta-feira, 26 de julho, em Paris. Quando se colocar a postos na linha de partida pela primeira vez durante a competição, a corredora de longa distância fará história, e não exatamente pela sua aptidão para a corrida. Não se conhece ainda o desfecho da prova, mas sabe-se que a queniana vai correr com um par de ténis inovador.

Trata-se do modelo Cloudboom Strike LS, da On, uma marca suíça que nasceu em 2010 e que inovou ao criar estes ténis, que não têm atacadores nem proteção para os calcanhares. São feitos de um material elástico e plástico e, por isso, em entrevista ao New York Times, a atleta conta que a primeira impressão que teve não foi positiva e que considerou impossível correr com aquele calçado.

“A primeira vez que vi os sapatos, disse: ‘Não, não posso correr com isto’. No balneário, até os meus colegas diziam: ‘É uma piada. Tu não podes usar esses ténis para correr uma maratona'”. No entanto, Obiri aceitou correr a maratona de Boston, em abril deste ano, com os Cloudboom Strike LS e venceu a prova. Agora, vai usar os ténis nos Jogos Olímpicos de Paris.

O sapato foi criado a partir de um monofilamento sintético semitranslúcido com quase um quilómetro de comprimento, que foi moldado por um braço robótico e projetado para se ajustar aos pés da atleta e ajudá-la a correr de forma mais eficaz, sendo depois fundido a uma espuma de borracha e a uma sola em fibra de carbono. Chama-se Cloudboom Strike LS – LS significa LightSpray, o nome da tecnologia usada – e pesa apenas 170 gramas. Além disso, a marca refere que tem menos 75% de impacto no meio ambiente do que os ténis tradicionais.

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Ténis Cloudboom Strike LS/ On

Mas nem só o calçado inovador de Obiri será destaque nas Olimpíadas que se avizinham. A pouco e pouco têm sido revelados os uniformes que as delegações vão usar na abertura da competição e alguns têm características que lhes dão destaque. Comecemos pelo nosso país, seguido daquele que está a gerar inúmeros comentários positivos nas redes sociais, a Mongólia.

Portugal

No passado dia 7 de maio o Aeroporto de Lisboa foi palco do desfile dos uniformes que os nossos atletas vão levar aos Jogos Olímpicos. Entre participantes e modelos, o público pôde ver as criações, que ficaram a cargo da Decenio, e que contou com a colaboração da Cooperativa Aliança Artesanal de Vila Verde, que bordou à mão o padrão que os porta-estandartes irão vestir na cerimónia de abertura dos Jogos. Neste padrão estão refletidas mensagens de amor, solidariedade, força e superação que a Decenio reuniu ao longo de vários meses junto dos seus clientes e de personalidades de relevo como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ou o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino.

Com fatos onde predomina o azul escuro, as peças têm apontamentos das cores da bandeira nacional, em verde e vermelho. Esta é uma coleção com um estilo urbano, desportivo e confortável, que será utilizada pelos atletas nas cerimónias oficiais e em ocasiões informais. Entre as 25 peças desenhadas pela marca portuguesa há fatos, polos, sweaters, saias, bonés, lenços e ténis.

Delegação de Portugal/ DECENIO

Mongólia

O uniforme da comitiva mongol foi desenhado pela marca de luxo nacional Michel & Amazonka, que é frequentemente apelidada no país de “Chanel Mongol”. Na cerimónia de abertura, a comitiva vai usar trajes em tons de branco, cru e azul, que apresenta símbolos nacionais e olímpicos, incluindo as Nove Bandeiras Brancas — símbolo de poder, independência e unidade para o povo mongol – a tocha olímpica, o emblema dos Jogos Olímpicos de Paris e representações do sol, da lua e do Gua-Maral — figura mitológica — todos bordados com fios dourados.

Delegação da Mongólia/ Reprodução Instagram Michel&Amazonka

Estados Unidos da América

A comitiva norte-americana optou por não inovar, pelo menos no que respeita à escolha da marca responsável pela elaboração do vestuário. Desta forma, pela nona vez, os trajes usados pelos atletas tanto na abertura como no encerramento terão a assinatura de Ralph Lauren.

Na cerimónia de abertura, os atletas vão vestir blazers em azul-marinho com detalhes em vermelho e branco, camisa de riscas, gravata da cor do blazer e calças de ganga, enquanto na cerimónia de encerramento da competição usarão casacos estilo moto, calças de ganga brancas, polo e boné.

Comitiva dos Estados Unidos/ Instagram Ralph Lauren

Coreia do Sul

O uniforme dos atletas sul-coreanos foi criado pela marca Musinsa Standard e é composto por um blazer em azul claro, que simboliza a energia e o espírito da juventude. O forro dos casacos tem um padrão inspirado na porcelana coreana, azul e branca, e o cinto é uma interpretação moderna do tradicional cinto palaciano.

Delegação da Coreia do Sul/ Musinsa Standard

Canadá

A comitiva canadiana vai usar uniformes da empresa local Lululemon, que apresentam um estampado que reflete a história e a biodiversidade do país, com especial destaque para as flores. As peças, cujas cores predominantes são o vermelho e branco, cores da bandeira do pais, inovam com fechos magnéticos e estampado em braille.

Delegação do Canadá/ Lululemon

Chéquia

O grande destaque das vestes dos atletas da Chéquia é o trench coat azul e branco, inspirado no típico casaco checo baloňák. O uniforme foi criado em colaboração entre a seleção olímpica do país, a Alpine Pro e o designer Jan Černý.

Delegação da Chéquia/ Prague Morning

Tailândia

A Grand Sport Group Co Ltd é a responsável pela criação das vestes da comitiva tailandesa, onde predominam as cores azul e vermelho. A marca referiu que as camisas foram elaborada com tecido feito a partir de garrafas plásticas, como forma de apoiar a preservação do meio ambiente.

Delegação da Tailândia/ Instagram Grand Sport Thailand

Uzbequistão

A linha foi desenvolvida pela marca 7Saber, que refere que o uniforme é inspirado na arquitetura histórica dos palácios, mesquitas e madrassas do Uzbequistão. Adornadas com mosaicos fractais, apresentam ainda um arco estilizado como elemento central.

Delegação do Uzbequistão/ Instagram 7Saber

Haiti

A criadora de Moda Stella Jean aliou-se ao pintor haitiano Philippe Dodard para criar a indumentária do Haiti, que a marca diz ser “um uniforme para o renascimento da primeira república negra”. O estampado colorido da saia e das calças é inspirado nas criações de Dodard. Já a parte de cima do uniforme feminino é composta por um casaco estilo blazer branco debruado a azul, com uma faixa na cintura, e o uniforme masculino inclui uma camisa de ganga de mangas compridas.

Comitiva do Haiti/ Instagram Stella Jean

Reino Unido

Aventurando-se na sua terceira parceria com os Jogos Olímpicos, Ben Sherman aceitou novamente o desafio de vestir a comitiva do Rein o Unido, tanto na Cerimónia de Abertura como na de Encerramento. O look é composto por um casaco bomber, um polo de malha com gola e uma camisa com desenhos florais com rosas, cardos, narcisos e trevos, que ilustram a unidade e a história entre as nações, tudo nas cores da bandeira, azul e vermelho, com apontamentos em amarelo, violeta e verde.

Comitiva do Reino Unido/ Instagram Ben Sherman Official

Taiwan

O uniforme da seleção de Taiwan foi mais uma vez desenhado por Justin Chou, estilista-chefe da JUST IN XX, que também desenhou os fatos usados pela comitiva nos Jogos Olímpicos de Tóquio, tendo-se aliado a outros profissionais do país, como o artista contemporâneo Paul Chiang ou a artesã de flores entrelaçadas Peggy Lin, bem como os principais fabricantes têxteis de Taiwan, New Wide Group e Junmay Label & Textile, que criaram um uniforme sustentável, que alia a cultura à arte e ao artesanato. O resultado é um fato de calças e blazer em azul, com aplicação de flores, e uma T-shirt de quadrados com gola branca subida.

Comitiva de Taiwan/ Instagram Just in XX

França

A Berluti foi a marca escolhida para criar os uniformes que os atletas do país anfitrião vão usar na abertura dos Jogos Olímpicos e que terão as cores da bandeira do país — azul, branco e vermelho — sendo o azul escuro a cor predominante do visual. Os homens vão usar calças lisas a combinar com os ténis, enquanto as mulheres terão como opção adicional uma saia e mocassins envernizados.

Comitiva de França/ Instagram Equipe France

Brasil e a polémica com os trajes olímpicos

As peças de vestuário com que o Brasil vai participar na Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos está a gerar críticas entre os próprios brasileiros. A criação da coleção ficou a cargo da marca de fast fashion local Riachuelo e inclui um casaco de ganga com símbolos alusivos ao país, como uma onça-pintada (jaguar) e vegetação local, t-shirts amarelas ou verdes com riscas brancas, uma saia branca midi, calças também em branco, casacos desportivos em tons de azul e verde, entre outras. O look é composto ainda por chinelos, com os quais os atletas vão desfilar na Cerimónia de Abertura, uma parceria da marca com a Havaianas.

O público tem acesso a algumas versões das peças que os participantes vão usar em Paris já esta sexta-feira, dia 26 de julho, e que podem ser adquiridas no site da marca. O artigo mais caro é o casaco de ganga, que custa 599,99 reais (perto de 100 euros) e os mais baratos são os chinelos, que existem em três modelos — todos com cores alusivas ao país (verde, amarelo e azul) — e que têm um custo de 59,90 (pouco menos de 10 euros).

No entanto, nas redes sociais, em especial na página da Riachuelo no Instagram, multiplicam-se os comentários que apelidam os uniformes de “vergonhosos”, que apontam que as saias brancas das atletas são de “crente” (em referência às peças de roupa que costumam ser associadas às usadas pelas mulheres cristãs evangélicas) e que criticam o facto de a comitiva ter recebido as peças de roupa num saco de pano em vez de a receber numa mala, como é habitual.

Delegação do Brasil / Riachuelo; Críticas nas redes sociais

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