O príncipe Michael da Grécia morreu este domingo num hospital em Atenas, aos 85 anos. A notícia foi avançada nas redes sociais pelo jornalista francês Stéphane Bern. “Ele era não só um contador de histórias, um escritor e historiador brilhante, mas também um amigo maravilhoso, curioso sobre tudo e todos, cheio do humor e de fantasias”, escreveu Bern numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Le prince @MichaelOfGreece s’est éteint ce matin à Athènes. Il n’était pas seulement un conteur, écrivain et historien hors pair, il était aussi un ami merveilleux, curieux de tous et de tout, plein d’humour et de fantaisie. Il va nous manquer. Pensées émues pour sa famille. RIP pic.twitter.com/FtQYGRlDuH
— Stéphane Bern (@bernstephane) July 28, 2024
Michael da Grécia era o único filho do príncipe Christophe da Grécia e da princesa Françoise de Orléans. Nasceu em 1939, em Roma, cidade onde os pais se fixaram durante os muitos exílios da família real grega. O príncipe era o último neto sobrevivente do Rei George I da Grécia e também primo direito do príncipe Filipe, o marido da Rainha Isabel II. Tinha uma relação de grande proximidade com a Rainha Sofia, da Grécia.
Com apenas um ano fica órfão de pai. Michael mudou-se com a mãe para Marrocos e depois para Espanha. Foi lá que assistiu ao desenrolar da Segunda Guerra Mundial, antes de rumar a França, aos 9 anos, onde fixou bastante tempo, escreve o Point de . Aos 14 anos, perde também a mãe e passa a viver com um tio, o conde de Paris, que tinha 12 filhos. “Passei de uma criança solitária a ser um membro de uma família grande. Levou-me seis meses de solidão, tristeza e tudo mais a adaptar-me. Depois disso, fui muito feliz”, chegou a dizer no ano passado em entrevista à Fox News a propósito da publicação de um livro de memórias.
O príncipe Michael casou em 1965, aos 26 anos, com a artista Marina Karella, que conheceu numa festa em Paris através de amigos mútuos. “Achei que era absolutamente encantadora (…) Ela era tão adorável e graciosa comigo. Não demorou muito para eu decidir que queria casar com ela”, lembrou na mesma entrevista.
Marcar o casamento não foi um processo fácil. Para isso o príncipe teve de obter uma autorização legal do Rei Constantino II — caso contrário o casamento seria considerado ilegal — e renunciar aos seus direitos de sucessão ao trono e dos seus descendentes, uma decisão que tomou “sem hesitar”. “Parece medieval, mas à época, a monarquia na Grécia tinha uma lei que dizia que os membros da família real não podiam casar sem o consentimento expresso do chefe da família, isto é, o Rei”, disse ainda à Fox News.
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“Foi difícil, mas conseguimos. Estava convencido de que ia ganhar e ganhei. Renunciar a este título, não ser um membro da família real em funções deu-me um sentido de liberdade”, explicou na altura, acrescentando que lhe permitiu dedicar-se a duas grandes paixões: a escrita e a história. “Deu-me liberdade para escolher o meu caminho.” O príncipe Michael teve duas filhas do casamento com Marina Karella, as princesas Alexandra e Olga, e cinco netos.