Os trabalhadores de terra da SATA associados do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) realizam uma greve a tempo inteiro “entre fim de agosto e início de setembro”, devido à “incapacidade negocial” da empresa, foi terça-feira revelado.

O vice-presidente do SINTAC, Filipe Rocha, adiantou à agência Lusa que “não há evolução negocial do lado da empresa” de aviação açoriana.

Os trabalhadores de terra da SATA associados do SINTAC já estavam, desde 24 de julho, em greve ao trabalho suplementar (paralisação a decorrer até 31 de dezembro), contra o “tratamento discriminatório” da empresa, considerando o sindicato inaceitável que a revisão salarial não seja equitativamente distribuída por todos os trabalhadores.

A estrutura sindical alega não subscrever, nem concordar com “a aplicação aos associados do SINTAC de um acordo feito com outro sindicato”, porque “é injusto quando comparado com outros”.

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Filipe Rocha revelou à Lusa que “foi realizada hoje uma reunião com o conselho de administração” da SATA, mas “a empresa mantém a proposta que terá assinado com outro sindicato de pessoal de terra”, mas que “é substancialmente inferior à pretensão dos associados” do SINTAC.

Segundo o vice-presidente do SINTAC, a proposta da empresa “valoriza parcelas variáveis do vencimento, em vez do vencimento base”.

“Já temos desenhado uma greve, a tempo inteiro, entre o fim de agosto e o início de setembro. A greve já está decidida pelos trabalhadores, é o último recurso e não queríamos chegar a essa situação, mas não há evolução negocial do lado da empresa”, justificou Filipe Rocha.

O SINTAC espera ainda “alguma intervenção dos agentes políticos” para que possa ser “sanado o conflito”.

Por outro lado, vai manter-se a greve ao trabalho extraordinário, que segundo indicou o dirigente sindical tem provocado “alguns constrangimentos, atrasos e alguns cancelamentos ao final do dia”.

O SINTAC tem alertado também para “as condições precárias” em que muitos trabalhadores exercem a atividade, com recurso sistemático ao trabalho suplementar, o que “esgota os recursos humanos física e psicologicamente” e provoca um “sentimento de injustiça”.