O BE questionou hoje o Governo sobre o alegado agendamento de uma reunião entre os ministérios da Saúde português e israelita para estabelecer áreas de cooperação, acusando o executivo de compactuar com “política de aniquilação da Palestina”.

Numa pergunta dirigida à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, através da Assembleia da República, o grupo parlamentar dos bloquistas, sem detalhar a origem da informação, afirmou que o partido “teve conhecimento de que estará a ser agendada para setembro uma reunião” entre os ministérios da Saúde dos dois países, questionando o executivo sobre a veracidade dessa informação.

O Grupo Parlamentar do BE defende que, caso esta informação se confirme, “o Governo português estará a branquear tudo o que Israel está a fazer em Gaza” e a “compactuar com a política de ódio de agressão e com a forma como, pela força das armas, destruíram todo o sistema de saúde de Gaza para deixar a população sujeita à doença e à morte”.

“A confirmar-se tal reunião, o Governo português, através do seu Ministério da Saúde, estará a compactuar, sem margem para dúvidas, com o governo de extrema-direita israelita e com a sua política de aniquilação da Palestina e estará a contrariar de forma clara as posições da OMS e as deliberações da ONU sobre a situação”, acrescentou o partido.

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O Bloco questionou também o executivo sobre se apoia as ações de Israel em Gaza e na Cisjordânia, “nomeadamente a destruição de equipamentos de saúde, o bombardeamento de ambulâncias, o assassinato de profissionais de saúde e a disseminação de doenças”, se o Governo “subscreve as posições do Governo de extrema-direita israelita” e se “ignora as posições da OMS e da ONU sobre o massacre em curso”.

O partido frisou que “desde outubro do ano passado, o Governo israelita destruiu hospitais e centros de saúde na Faixa de Gaza, bombardeou instalações de saúde e ambulâncias, impediu a entrada de ajuda humanitária e condenou toda uma população à fome, sede e doença”.

O BE sublinhou ainda que a “Organização Mundial de Saúde tem sido das vozes mais ativas contra o massacre que Israel está a levar a cabo em territórios palestinianos” e “das vozes mais ativas a denunciar os crimes de guerra perpetrados por Israel contra a população civil, profissionais de saúde e instalações hospitalares”.

“O que se passa na Palestina, muito particularmente em Gaza, só tem uma palavra: genocídio. Um genocídio levado a cabo por um Governo de extrema-direita que não reconhece a Palestina e nega o direito dos palestinianos à sua própria existência”, defende o partido.

A guerra em Gaza começou a 7 de outubro, após o ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas. O grupo também fez 250 pessoas reféns.

A operação de retaliação de Israel destruiu bairros inteiros e obrigou cerca de 80% da população a fugir das suas casas. Mais de 39.000 palestinianos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre civis e combatentes na sua contagem.