A Câmara de Santarém apresentou esta segunda-feira o plano municipal para a gestão de resíduos urbanos, documento estratégico que prevê investimentos de 3,8 milhões de euros para promover uma economia circular através da recolha e tratamento mais eficientes dos resíduos.

Até 2030, o município pretende implementar um conjunto de medidas, nomeadamente o reforço dos meios de fiscalização na recolha de resíduos, a atualização do regulamento municipal e digitalização dos serviços de gestão da RU (Resíduos Urbanos) e qualificação das equipas técnicas e operacionais.

Segundo a chefe da equipa multidisciplinar de ação para a sustentabilidade da Câmara Municipal de Santarém, Maria João Cardoso, o documento “marca a transição de uma economia linear para uma economia circular”.

“Este é um documento diferenciador, investir nos resíduos é sinónimo de investir nas pessoas porque vamos aumentar a qualidade de vida. A gestão de resíduos produz emprego, produz materiais para as empresas e traz mais qualidade de vida às comunidades”, disse a responsável, em declarações à agência Lusa.

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O município pretende ainda combater o desperdício alimentar através de um programa de doação de refeições não servidas na cantina, criar uma rede de reparação de equipamentos e eletrodomésticos e ainda implementar o projeto “cabaz municipal de desperdício zero”.

Ainda de acordo com Maria João Cardoso, estas medidas vão ajudar o município a atingir as metas de recolha definidas pela Agência Portuguesa para o Ambiente (APA), nomeadamente ao nível da recolha multimaterial, como embalagens de cartão, plástico e metal, e na recolha de monos, como móveis, eletrodomésticos e sofás.

A cidade de Santarém, como uma cidade de média dimensão, tem todos os requisitos para ser uma cidade exemplar na gestão de resíduos urbanos”, afirmou.

O município pretende ainda criar um guia para eventos sustentáveis, mobilizar as comunidades menos participativas no processo de reciclagem, aumentar a adesão dos restaurantes aos serviços de recolha de biorresíduos, melhorar a rede de infraestruturas de receção de resíduos e ainda implementar um serviço de recolha por ecocentros móveis.

Estas medidas terão um custo de 3,8 milhões de euros, adiantou a chefe da equipa multidisciplinar de ação para a sustentabilidade da Câmara de Santarém, salientando que a autarquia está a encarar os resíduos não como um custo, mas “como um recurso e um fator de competitividade”.

“Encarar os resíduos como um custo é uma abordagem que não produz riqueza. Temos que apostar num percurso de continuidade e não de interrupções na política de resíduos”, salientou.