O presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL) fez esta segunda-feira um balanço positivo do primeiro semestre da estrutura e revelou que a aprovação do plano de desenvolvimento organizacional permitirá maior autonomia.

Cuidados de saúde primários da ULS de Leiria exigem estratégias para fixar médicos

É um balanço positivo, que espelha realmente o trabalho desta equipa do conselho de administração e de todos os colaboradores da ULSRL, que estão a fazer um trabalho difícil e exigente”, adiantou Licínio de Carvalho à agência Lusa.

O presidente da ULSRL confessou estar satisfeito com os primeiros seis meses, “num contexto que não tem sido muito fácil”, mas revelou que os serviços estão a crescer em termos de atividade assistencial.

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Segundo uma nota da ULSRL, foram realizadas mais de 156 mil consultas médicas e mais de 11 mil cirurgias urgentes e programadas. Foram internados mais de 9.800 doentes e tratados 248 doentes na Unidade de Hospitalização Domiciliária.

Nos primeiros seis meses foram efetuados 776 partos e nas cinco urgências hospitalares foram atendidos 80.746 utentes. No Hospital de Dia, foram efetuadas 21.066 sessões e foram concretizados mais de 121 mil exames de imagiologia e feitas 1.465.679 análises.

Nas unidades de cuidados de saúde primários contabilizam-se mais de 622 mil consultas médicas e mais de 380 mil de enfermagem. Foram administradas 66.227 vacinas. Estão inscritos 397.460 utentes, dos quais mais de 108 mil não têm médico de família e mais de 78 mil ainda não têm resposta médica.

Alargámos o número de USF [unidades de saúde familiar] modelo B. Este ano, já constituímos mais oito e está uma a caminho. No concurso que está a decorrer, 17 vagas estão qualificadas como carenciadas, que abrangem nomeadamente a medicina geral e familiar, mas também especialidades hospitalares”, afirmou.

Licínio de Carvalho admitiu que há aspetos que têm de melhorar e disse que a aprovação do plano de desenvolvimento organizacional (idêntico ao plano de atividades) por parte da tutela permitirá dar um impulso maior ao plano de investimentos.

Desta forma, a ULSRL poderá “corrigir e complementar o plano de admissões de pessoal“.

“A nossa convicção é a de que este segundo semestre nos permitirá um grande desafogo em termos de margem de manobra de gestão”, apontou o responsável.

Considerando que “seis meses não é muito tempo”, Licínio de Carvalho confessou que existem problemas de fundo, para os quais procuram concentrar esforços para os melhorar, “como seja o aumento do número assistentes para os utentes que não têm médico de família”.

O presidente da USLRL admitiu que esta “não é uma situação boa”, mas tem procurado encontrar respostas, através da contratação de médicos com contrato individual de trabalho para os cuidados primários.

Até ao dia 30 de junho, foram contratados 28 médicos em prestação de serviços para as urgências hospitalares e 11 para os cuidados de saúde primários, os quais dão resposta aos doentes sem médico de família, e para trabalharem nos centros de atendimento complementar, que existem nos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Ourém e Porto Mós.

Para os centros de saúde foram ainda contratados seis clínicos aposentados.

“Infelizmente, não são suficientes para não termos buracos nas nossas escalas das urgências e nos centros de saúde ou centros de atendimento complementar”, constatou.

Para minimizar o impacto na urgência geral, onde cerca de 40% dos utentes atendidos são não urgentes, Licínio de Carvalho revelou que está a decorrer uma candidatura para a criação de três centros de diagnósticos integrados, que disponibilizarão equipamento de radiologia simples e de análises clínicas pelo método de química seca.

“Outro município [Porto de Mós] também avançou com uma candidatura. A ideia é depois alargarmos o horário onde vamos ter essa tecnologia disponível, para que esses doentes — verdes e azuis — possam ter uma resposta alternativa a uma urgência hospitalar”, disse, ao apontar a abertura destas unidades para 2025.