Domínio. Foi assim a prova dos 200 metros nos Jogos Olímpicos de Paris. Gabrielle Thomas liderou do início ao fim e foi a única a terminar abaixo dos 22 segundos (21,83). A norte-americana superou a campeã olímpica dos 100 metros, Julien Alfred, que ficou com a prata, e a companheira de equipa, Brittany Brown, que conquistou o bronze. Com esta medalha, Thomas tornou-se na primeira aluna formada pela Universidade de Harvard a conquistar o ouro olímpico no atletismo.

Nascida em dezembro de 1997 em Atlanta, Thomas começou por praticar softbol e futebol na infância, na Universidade de Massachusetts. Contudo, rapidamente descobriu o atletismo e ingressou na equipa da Williston Northampton School, tendo como inspiração Allyson Felix, velocista norte-americana que somou 31 medalhas em Jogos Olímpicos e Mundiais. Nos primeiros quatro anos, Thomas somou vários recordes escolares e foi considerada a atleta mais valiosa em cada um desses anos.

Depois, ingressou na Universidade de Harvard, para estudar neurobiologia e saúde global. Em maio de 2023 concluiu o mestrado em epidemiologia na Universidade do Texas. Durante os três anos em que esteve em Harvard, Gabby Thomas venceu 22 títulos de conferência em seis eventos distintos e bateu os recordes da universidade e da Ivy League nos 100, 200 e 60 metros em pista coberta. Em outubro de 2018 assinou contrato com a New Balance, tornou-se profissional e abandonou a universidade.

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Em 2021, uma ressonância magnética revelou que Thomas tinha um tumor no fígado que, ainda assim, não passou de benigno. Nesse mesmo ano esteve presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio e rubricou o tempo de 21,61 segundos nos 200 metros, o segundo melhor de sempre da história dos Estados Unidos, apenas atrás da recordista mundial Florence Griffith-Joyner, acabando com o bronze — e prata na estafeta 4x100m. No ano seguinte fez história em Austin, alcançando o tempo assistido pelo vento mais rápido de sempre: 21,69 segundos, com vento de +3,1 m/s.

Em 2023, quando já se encontrava a preparar a prestação olímpica, Thomas superou o recorde pessoal nos 400 metros, com 49,68 segundos. Sagrou-se campeã norte-americana nos 200 metros e terminou o ano com a medalha de prata dos 200 metros nos Mundiais. Já este ano, apurou-se para Paris ao vencer os 200 metros da qualificação norte-americana.

Para lá da vertente competitiva, Gabby tem um pug e é no pequeno Rico que encontra o conforto necessário para digerir os fracassos. “Muitas vezes estou a praticar atletismo e a estudar e, quando algum não está a correr muito bem, é fácil sentir o fracasso. Em vez de ficar sentada, ganhei um amigo. Adotar o Rico foi a melhor coisa que já fiz”, partilhou em entrevista ao womensrunning.com.