Já é um dos momentos icónicos dos Jogos Olímpicos de Paris. Em pleno pódio da final do exercício de solo, na ginástica artística, Simone Biles e Jordan Chiles ajoelharam-se e fizeram uma vénia a Rebeca Andrade, brasileira que tinha acabado de conquistar a medalha de ouro à frente das duas norte-americanas.

A ideia de que o ambiente nos bastidores da ginástica artística feminina era muito positivo já tinha ficado bastante clara ao longo da semana, com as ginastas a cumprimentarem-se frequentemente sempre que alguém alcançava um resultado positivo. Simone Biles, aliás, foi das primeiras a dar os parabéns a Rebeca Andrade no momento em que a brasileira confirmou a medalha de ouro, mostrando-se depois muito efusiva na altura em que o bronze de Jordan Chiles foi atribuído.

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Mais tarde, já na sala de imprensa, a ginasta norte-americana explicou o porquê da vénia a Rebeca Andrade no pódio. “Ela é tão fantástica, é uma rainha. E era um pódio só com mulheres negras, o que foi muito entusiasmante para nós. A dada altura, a Jordan perguntou se devíamos fazer uma vénia e eu respondi ‘absolutamente'”, começou por contar.

“Pensámos ‘fazemos agora?’ e depois acabamos por fazer mesmo. É tão entusiasmante vê-la e perceber que todos os fãs dela estão nas bancadas a apoiá-la. Era a coisa certa a fazer, ela é uma rainha”, acrescentou Simone Biles, que ficou com a medalha de prata no exercício de solo já depois de não ter ido além do 5.º lugar na trave, onde acabou mesmo por cair.

Na mesma linha de pensamento, também Jordan Chiles detalhou a ideia que teve. “Ela é uma lenda, um ícone. Achei que dar-lhe esse reconhecimento é o que toda a gente tem de fazer quando estamos a falar de alguém que sempre trabalhou, que sempre se dedicou. E ela sempre deu as flores dela à Simone e a outras ginastas dos Estados Unidos. Quisemos retribuir, senti que era necessário”, atirou a norte-americana, revelando que Rebeca Andrade costuma oferecer as flores que recebe nos pódios às vencedoras das respetivas finais.