Depois de três anos “adormecido” o vulcão Cumbre Vieja começou mostrar os primeiros sinais de atividade. Nas últimas semanas, as concentrações de alguns gases vulcânicos em zonas de Puerto Naos têm vindo a subir obrigando à Câmara Municipal da ilha espanhola de La Palma a ativar do protocolo de segurança Peinpal. A notícia foi avançada pelo jornal espanhol ABC.

Apesar do desejo da população de voltar à normalidade após a última erupção do Cumbre Vieja — que obrigou à retirada cerca de sete mil pessoas — , a região viu-se obrigada a ativar mais uma vez os serviços de emergência e vigilância vulcânica. Até ao momento ainda não foi preciso retirar residentes, sendo que os locais afetados pela contaminação do ar estão a ser ventilados, informou o vereador de La Palma Darwin Rodríguez à ABC. Estes serviços estão equipados com sensores de medição de concentrações de substâncias suspensas no ar, sendo acessíveis quer à população de Puento Naos, quer à da região de La Bombilla. No total, a ilha conta com 1156 medidores em zonas e privadas e outros 194 em espaços públicos — agora em funcionamento permanente.

O objetivo será vigiar e analisar os dados relativos aos gases que circulam em torno da região e identificar locais “seguros” e “não-seguros”, bem como planear estratégias de evacuação. “Isto faz com que estes pontos sejam os mais monitorizados do mundo“, afirmou Rodríguez, citado pelo mesmo jornal, acrescentando que ainda não foram registados valores prejudicais à saúde humana.

Para o vereador e conselheiro do departamento de  Segurança e Emergência da autarquia, estes processos de monitorização são “normais e naturalmente acompanhados pelo Comité Científico, sendo apoiados por uma monitorização constante e pelo cumprimento dos protocolos estabelecidos pelas equipas de emergência para salvaguardar a segurança dos residentes no local mais vigiado do mundo“.

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O Cumbre Vieja entrou pela primeira e última vez em 50 anos em erupção a 19 de setembro de 2021 nesta ilha espanhola e, apesar de não ter causado mortes, provocou danos materiais irreparáveis na região, tendo obrigado à retirada de mais de sete mil pessoas, das quais 2.300 foram diretamente afetadas pela erupção. Pelo menos, 2.651 casas foram destruídas pela lava, bem como mais de 70 quilómetros de estrada.