Melhor era impossível. A 10 corridas do fim da temporada, Pecco Bagnaia (Ducati) e Jorge Martín (Pramac) encontravam-se separados por apenas três pontos. Contudo, o atual campeão do mundo venceu a sprint da Áustria no sábado e anulou essa distância, empatando com o espanhol na liderança do Mundial de pilotos. O italiano controlou a corrida do início ao fim, beneficiando ainda de uma long lap atribuída ao rival.

O campeão voltou e mostrou que continua a reinar: Bagnaia vence sprint na Áustria e iguala Martin na liderança, Miguel Oliveira foi 13.º

“Gostei muito da batalha na sprint. Ao mesmo tempo, consegui fazer uma volta em 1:28.7 minutos, dois décimos mais rápido do que o tempo da pole position do ano passado. Isto é incrível. Sabia que era importante liderar desde o início e o Jorge [Martín] tentou de tudo para ficar à frente. Tentei ultrapassá-lo, mas ele acabou por sair da frente. Depois foi só gerir a diferença na frente. Em suma, foi uma vitória fantástica e agora tenho muitos dados para a corrida de amanhã [domingo]. Continua a não ser fácil, mas neste momento estou muito satisfeito”, partilhou Bagnaia no final da sprint.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Quando soube que tinha a penalização, pensei que poderia terminar em terceiro, na melhor das hipóteses. Também sabia que o Aleix [Espargaró] estava por perto, por isso, primeiro, certifiquei-me de que voltaria à pista antes dele, acrescentei mais uma volta e correu tudo bem. Na verdade, não pensei que fosse ser penalizado, porque quando falhei a chicane estava na frente e, quando voltei, estava em segundo. Estava em desvantagem. Mas está tudo bem. Existem estas regras para todos os pilotos. No final, é justo”, disse, por sua vez, Martín.

Miguel Oliveira, que começa na quinta linha da grelha de partida, até teve um bom início na sprint, entrou no top 10, mas uma falha nos travões fez com que caísse para 13.º nas últimas duas voltas. “[Partir em 13.º] não me deixou muitas oportunidades e tive um pouco de azar, pois fiquei com uma Ducati e uma KTM à minha frente, o que tornou difícil ultrapassá-los. Apanhei-os imensas vezes na travagem e na velocidade de curva, mas perdi tudo na saída. Na parte final comecei a perder os travões por causa da pressão dos pneus e saí fora da trajetória duas vezes. Nas últimas duas voltas tentei apenas terminar e não sair dos limites de pista”, afirmou o piloto de Almada no final.

Estavam assim reunidos todos os ingredientes para mais uma grande corrida. No arranque, Jorge Martín superiorizou-se aos demais e assegurou a liderança, aproveitando também um toque entre Marc Márquez (Gresini) e Franco Morbidelli (Pramac), que saíram de pista. Enea Bastianini (Ducati) também começou bem e subiu de 7.º para 3.º, ao passo que Miguel Oliveira, que se envolveu na “confusão”, caiu para 18.º. Na segunda volta, porém, Bagnaia ultrapassou Martín e, depois de trocarem a liderança em várias ocasiões, o italiano lá se conseguiu manter.

Com o trio da frente a destoar do restante pelotão, Bagnaia conseguiu isolar-se e, a meio da prova, tinha mais de um segundo de vantagem para Martín, que por sua vez estava dois segundos mais rápido que Bastianini. Mais atrás, Oliveira começou a impor o seu ritmo e subiu ao 13.º posto, atrás do companheiro Raúl Fernández, que viria a ultrapassar pouco depois. Márquez, que partiu de terceiro e chegou a rodar em 17.º depois do incidente no início, ultrapassou Marco Bezzecchi (VR46) a 12 voltas do fim e subiu ao quarto posto.

Com a vitória sentenciada, a segunda do fim de semana, Pecco Bagnaia controlou a vantagem até ao fim e garantiu o sétimo triunfo da temporada nas corridas de domingo. Jorge Martín terminou no segundo lugar, ao passo que Enea Bastianini completou o pódio. Miguel Oliveira terminou no 12.º posto. Nas contas do Mundial, Bagnaia tem agora cinco pontos de vantagem para Martín — 275 pontos contra 270. O português continua em 13.º.