O Partido Democrata norte-americano reúne-se a partir de esta segunda-feira em convenção nacional na cidade de Chicago, procurando explorar as diferenças políticas face aos republicanos e sobretudo traçar distâncias entre Kamala Harris e Donald Trump.

Na convenção, que vai decorrer até quinta-feira, Kamala Harris e Tim Walz vão procurar manter aceso o entusiasmo que envolve as suas candidaturas a Presidente e vice-Presidente, desde que Joe Biden renunciou à corrida à Casa Branca.

O encontro deverá promover o programa político dos democratas, explorado ao longo da semana por ex-presidentes, eleitos e outras personalidades destacadas do partido.

O palco será também usado por Harris e, sobretudo, Walz para atacarem os atributos de Trump — o ponto que as sondagens indicam ser o mais frágil da candidatura republicana às presidenciais de novembro.

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Para a componente de campanha, os pollsters (especialistas em sondagens) de Harris estão a tentar convencê-la em aproveitar a convenção para se centrar no tema da inflação, mas substituindo essa palavra (para não atacar a herança de Biden) pela palavra affordability (a capacidade para as pessoas pagarem as contas no final do mês).

Os assessores da campanha de Harris parecem estar a aconselhar a candidata a não tentar tirar proveito nem da sua origem étnica, nem do seu género feminino, mas antes centrar-se em duas mensagens: a ameaça à democracia que poderá representar uma vitória de Trump (lembrando que ele prometeu ser um ditador no seu primeiro dia como Presidente); e as ideias de que o Partido Democrata quer fazer prevalecer, agora que Biden saiu da corrida presidencial.

Enquanto no pavilhão de Chicago passarão pelo palco nomes fortes do Partido Democrata para falar dos temas centrais de campanha — imigração, acesso ao aborto, inflação, segurança — a organização está igualmente preocupada em realizar festas que provem que o partido não está apenas mobilizado para vencer as eleições, mas também atravessa uma fase de entusiasmo e de união.

A convenção contará com estrelas como o artista John Legend, estando ainda em dúvida se também Beyoncé ou Taylor Swift participarão em algum evento e a organização Creative Coalition (um influente grupo de militantes ligados ao mundo do espetáculo) já prometeu que irá realizar a melhor festa da semana, na quarta-feira, com um concerto com muitas estrelas e apresentado pela atriz Octavia Spencer.

No dia seguinte, no encerramento da convenção, será a vez do polémico comediante Jon Stewart fazer o papel de mestre de cerimónias, depois de ao longo dos quatro dias se terem realizado muitas festas e concertos.

Novidade é o acesso que foi dado à presença de produtores de conteúdos e influencers da Internet, que poderão partilhar o espaço dos ‘media’ ao lado dos jornalistas, num gesto que repete o que os republicanos já permitem há muitos anos e que procura explorar outras áreas de divulgação da mensagem política.