O presidente da Câmara de Gaia revelou esta segunda-feira ter pedido em junho ao Ministério Público (MP) para disponibilizar publicamente a auditoria aos serviços municipais, realizada na sequência do processo Operação Babel que levou à detenção do ex-vice-presidente.

Na reunião pública do executivo municipal, Eduardo Vítor Rodrigues referiu que a auditoria, quando concluída, foi entregue às autoridades competentes, não podendo divulgá-la por questões relacionadas com o segredo de justiça.

Motivo pelo qual, em junho, pediu ao MP se poderia disponibilizar publicamente o documento.

O PSD/Gaia pediu já, por diversas vezes, a divulgação da auditoria, anunciada por Eduardo Vítor Rodrigues em maio de 2023.

Em causa está a Operação Babel que resultou na detenção de sete pessoas em maio de 2023, incluindo o então vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, o empresário Paulo Malafaia e o fundador do grupo Fortera, Elad Dror.

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O processo está relacionado com a suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Em prisão preventiva, Patrocínio Azevedo está acusado de cinco crimes de corrupção passiva, de quatro crimes de prevaricação, um de participação económica em negócio, um de tráfico de influência, um de abuso de poder, um de branqueamento de capitais e de quatro crimes de recebimento ou oferta indevida de vantagem.

O Município de Vila Nova de Gaia constituiu-se como assistente no processo.