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Um "falhado", que venderia os EUA "por um dólar". Democratas apontam baterias a Trump em Chicago

Discursos das principais figura do Partido Democrata ficaram marcados por duros ataques a Trump. Hillary Clinton lembrou as condenações do ex-presidente em tribunal. Da plateia, ouviu-se "prendam-no".

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Joe Biden chamou "falhado" e "criminoso condenado" a Trump

Bloomberg via Getty Images

Joe Biden chamou "falhado" e "criminoso condenado" a Trump

Bloomberg via Getty Images

“Prendam-no!” Já a noite ia longa no primeiro dia de trabalhos da Convenção Nacional Democrata, em Chicago, quando os milhares de delegados presentes gritaram esta frase referindo-se ao candidato republicano Donald Trump. No palco, discursava Hillary Clinton, que na campanha presidencial de 2016 ouviu Trump a usar várias vezes esse slogan contra ela. Foi o momento em que os delegados democratas se alinharam na perfeição com a estratégia seguida por muitos dos oradores da noite: o ataque veemente a Trump — o candidato que, até há duas semanas, era considerado o claro favorito à vitória nas presidenciais de novembro.

O mote para as críticas dirigidas ao ex-presidente norte-americano foi dado pelo próprio Joe Biden, que acusou Trump de colocar em perigo a democracia no país, ao recusar aceitar os resultados das eleições. “Donald Trump diz que se recusará a aceitar os resultados eleitorais se perder novamente. Ele está a prometer um banho de sangue”, disse o presidente norte-americano, classificando Trump como um “falhado”.

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Joe Biden fez um longo discurso no primeiro dia da Convenção Nacional Democrata

Getty Images

Biden chamou a Trump “criminoso condenado”

“Pensem na mensagem que ele envia ao mundo quando diz que a América é uma nação falhada”, afirmou Biden, citado pela Sky News, para logo depois concluir que “ele é que é o falhado”. O chefe de Estado classificou também o ex-rival republicano como um “criminoso condenado” e defendeu que Trump não pode ser eleito em novembro. “A criminalidade violenta caiu para o nível mais baixo dos últimos 50 anos e a criminalidade continuará a descer quando colocarmos um procurador na Sala Oval em vez de um criminoso condenado”, acrescentou Biden, criticando Trump pela forma como se “curva” perante Vladimir Putin.

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“Estão prontos para votar na democracia?” Biden surgiu na Convenção Democrata ao lado de Kamala

Também Hillary Clinton centrou parte do seu discurso, de cerca de 15 minutos, no ex-rival na corrida presidencial de 2016. “Adormeceu no seu próprio julgamento e, quando acordou, fez o seu tipo de história. A primeira pessoa a concorrer à presidência com 34 condenações judiciais“, disse Hillary Clinton, entusiasmando a assistência.

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Hillary recordou condenações de Trump em Tribunal e entusiasmou os delegados

Getty Images

De seguida, a ex-secretária de Estado norte-americana criticou Donald Trump pela forma como, disse, o ex-presidente mente sobre Kamala Harris e ridiculariza a adversária. “Não é surpresa, pois não, que ele esteja a mentir sobre o currículo de Kamala?”, questionou, citada pelo Daily Beast. “Ele está a gozar com o nome dela e com o seu riso”, realçou. “Parece-me familiar”, disse Clinton, provocando risos entre os delegados.

Na ala mais à esquerda do Partido Democrata, a congressista Alexandria Ocasio-Cortez também não desperdiçou a oportunidade para tecer duras críticas a Donald Trump. “Sabemos que Trump venderia este país por um dólar se isso significasse encher os seus próprios bolsos e lubrificar as mãos dos seus amigos de Wall Street”, disse a democrata, citada pelo New York Times, dirigindo-se diretamente ao candidato presidencial republicano.

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A congressista Alexandria Ocasio-Cortez criticou Trump pelas suas políticas na área económica

Anadolu via Getty Images

“A verdade é que, Don, o senhor não pode amar este país se lutar apenas pelos ricos e grandes empresas“, acrescentou Ocasio-Cortez, que tem centrado a sua ação política na luta contra as desigualdades.

“Há algo a acontecer na América. Conseguem senti-lo”, disse Hillary Clinton

As principais figuras do Partido Democrata que discursaram no primeiro dia de trabalhos da convenção cerraram fileiras em torno da candidatura de Kamala Harris, que, desde uma posição de fragilidade (no momento da desistência de Biden), tem ganhado força nas sondagens, colocando-se mesmo já à frente de Trump em muitos estados decisivos.

Sondagens. Kamala Harris aumenta margem sobre Donald Trump e lidera em cinco dos sete Estados chave

“Há algo a acontecer na América. Conseguem senti-lo”, disse Hillary Clinton, referindo-se ao progresso feito pelas mulheres na política norte-americana. A ex-secretária de Estado destacou a importância da nomeação de Kamala Harris como candidata democrata à Presidência, naquela que é apenas a segunda vez, em 250 anos, que uma mulher disputa a presidência do país. “Foi algo para que trabalhámos e com que sonhámos durante muito tempo”, acrescentou, citada pelo First Post.

Já o Presidente dos EUA, Joe Biden, dirigiu-se ao país, apelando ao voto em Kamala Harris e no candidato a vice-presidente Tim Walz. “Em 2024, precisamos que votem“, afirmou, arrancando a aprovação dos delegados e pedindo a manutenção da maioria democrata no Senado e a conquista da maioria também na Câmara dos Representantes (atualmente dominada pelos republicanos). De seguida, realçou que é “preciso derrotar Donald Trump”.

Joe Biden disse que escolher Kamala Harris como vice-presidente foi a melhor decisão que tomou “em toda a carreira” e garante que não tem “raiva” das pessoas que defenderam que se deveria afastar da corrida presidencial — algo que acabou por acontecer no final de julho. “Toda essa conversa sobre como estou com raiva de todas aquelas pessoas que disseram que eu deveria renunciar — isso não é verdade“, garantiu, citado pelo Washington Post.

Já a congressista Alexandria Ocasio-Cortez apelou à mobilização dos norte-americanos para eleger Harris, em novembro. “América, quando batermos à porta do nosso vizinho, organizarmos as nossas comunidades e elegermos Kamala Harris para a presidência no dia 5 de novembro, enviaremos uma mensagem forte de que o povo desta nação não vai voltar para trás”, disse Ocasio-Cortez, citada pelo Guardian. “Escolhemos um novo caminho e abrimos a porta para um novo dia: um que seja para o povo e pelo povo”, sublinhou.

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