A Volkswagen continua a sua aposta nos furgões, separando cada vez mais os destinados primariamente ao trabalho e os que privilegiam o transporte de pessoas e as actividades de lazer. Daí que o novo Transporter deixe de partilhar a mesma base que serve a Multivan, modelo que se civilizou e se tornou mais sofiscado para satisfazer famílias numerosas e empresas, enquanto o Transporter evolui para quatro versões, optimizadas para a deslocação de carga e pessoas, com menos requinte e um preço a condizer.
O novo Transporter, que chegará ao mercado no início de 2025, tem o aspecto e o ar de família que o associam aos restantes modelos da VW, mas sob a carroçaria tudo é Ford, do chassi às mecânicas, sendo ainda o construtor norte-americano o responsável pela produção do furgão alemão, a partir da fábrica da Ford em Otosan, na Turquia. A base para o novo Transporter é a Ford Transit — o que lhe permite ser mais comprida 14,6 cm e possuir uma distância entre eixos superior em 9,7 cm, face ao anterior Transporter 6.1 — e, além das versões Kombi e Cargo, também vai propor um modelo com caixa aberta e a Caravelle, esta última destinada ao transporte de passageiros. A partilha de elementos entre a Ford e a VW vem no seguimento da cedência dos alemães da plataforma MEB, específica para eléctricos, que permite à Ford produzir os seus Explorer e Capri a bateria.
Os furgões são um tipo de veículo que não pára de evoluir, com os construtores a tentarem conceber um modelo específico para cada finalidade. E com a chegada dos veículos eléctricos — e não há fabricante que hesite em comercializar igualmente versões alimentadas exclusivamente por bateria, porque o mercado assim o exige —, a variedade de furgões aumentou ainda mais. Contudo, nem todos os construtores oferecem versões eléctricas destes veículos concebidas de raiz, o que optimiza esta tecnologia (como é o caso dos VW ID. Buzz e ID. Buzz Cargo), optando por reduzir o investimento ainda que sacrificando a eficiência, como acontece com as versões eléctricas da Transit e, por tabela, do novo Transporter.
A gama dos novos Transporter e Caravelle vai usufruir de uma extensa oferta de mecânicas, com destaque para os turbodiesel que deverão ser os mais procurados, com potências de 110 cv, 150 cv e 170 cv. Em alternativa, está ainda disponível o eHybrid, o híbrido plug-in com 232 cv de potência total, bem como três opções 100% eléctricas, com 136 cv, 218 cv e 286 cv, alimentadas por uma bateria com 83 kWh de capacidade total (64 kWh úteis), que na Transit garante uma autonomia de 325 km. E se por fora não é fácil perceber que o VW Transporter e a Ford Transit recorrem à mesma base, já o mesmo não acontece por dentro, onde a partilha de peças, soluções e equipamento é quase total. Excepção feita para o painel de instrumentos e para o volante.