Um homem suspeito de vários crimes de falsificação agravada de documentos, burla qualificada e branqueamento de capitais, foi detido na quarta-feira, em Lisboa, pela Diretoria do Sul da Polícia Judiciária e vai ficar preso preventivamente, foi esta quinta-feira anunciado.
Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) indicou que o detido, com 27 anos, é suspeito de integrar um grupo “cuja atividade criminosa transnacional” consistia em constituir empresas com recurso a várias identidades falsas, “em nome das quais abriu dezenas de contas em instituições de crédito” em Portugal.
“Uma vez abertas, as contas eram creditadas com transferências de elevados montantes, obtidos de forma ilícita, designadamente com recurso aos esquemas vulgarmente conhecidos por ‘man in the middle’ ou ‘CEO fraud’, especificou a polícia.
O sistema ‘man-in-the-middle é uma forma de ciberataque em que os dados trocados entre duas partes são intercetados, registados e alterados sem que as vítimas se apercebam.
Já o ‘CEOfraud’ é uma forma de burla através do envio de ’emails’, mensagens de texto ou de aplicações, em que o atacante, ao fazer-se passar por uma entidade relacionada com a organização visada, faz pedidos de transferência de dinheiro a colaboradores dessa organização, para as suas contas bancárias.
De acordo com a PJ, o detido “após dissimular a proveniência ilícita dos fundos recebidos”, transferia as verbas para outras contas, “dando-lhes uma aparência de legalidade a coberto da suposta atividade das empresas então criadas, recebendo uma percentagem das transações efetuadas”.
No decurso da investigação desencadeada pela Diretoria do Sul da PJ foram “apreendidos significativos elementos de prova”, destaca a polícia criminal.
Segundo a PJ, a detenção ocorreu na sequência de uma investigação titulada pelo Departamento de Investigação Penal (DIAP) de Faro, da qual resultou também a detenção de um outro homem em dezembro de 2023.
O homem agora detido na região de Lisboa foi ouvido em primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido decretada a prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa, acrescentou a PJ.