O fim de um longo calvário parece estar à vista. Desde a saída de Gilberto, no início da temporada passada, o Benfica ficou sem um lateral direito que fosse uma alternativa a Bah. Nos últimos meses, passaram pela posição nomes como Aursnes, João Neves, Diogo Spencer e, mais recente, Tiago Gouveia, que foi adaptado por Roger Schmidt durante a pré-temporada. O negócio apanhou de surpresa as hostes encarnadas, mas está consumado: Issa Kaboré é a nova contratação das águias para a nova época.

O jogador de 23 anos natural do Burkina Faso pertence ao Manchester City e chega a Portugal por empréstimo dos sky blues. O negócio perdurará até ao final da temporada, não tem qualquer cláusula de opção de compra e indica que o Benfica terá de pagar o ordenado do jogador na totalidade. Na última temporada, Kaboré atuou no Luton Town e, segundo a imprensa inglesa, estava a ser disputado por outros emblemas da Premier League, como o Tottenham. Contudo, o cenário de jogar a Liga dos Campeões parece ter sido decisivo na ida para a Luz.

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O lateral chegou ao campeão inglês em 2020, depois de ter sido contratado aos belgas do Mechelen. Na primeira temporada, regressou ao anterior clube por empréstimo, seguindo-se novas experiências no Marselha e no Troyes. No Luton, foi titular regular no primeiro escalão do futebol inglês e, numa altura em que está no último ano de contrato, despoletou o interesse de vários clubes. Com Walker e Rico Lewis à frente na hierarquia, a opção passava pelo empréstimo, algo que Pep Guardiola nunca escondeu.

Issa Kaboré é o típico jogador que pode ser apelidado de “contratação CFG”, em referência aos jogadores que são contratados pelo City Football Group, têm qualidade e potencial, mas não conseguem singrar no Manchester City e permitem ao grupo lucrar com a sua venda. O burquinense caracteriza-se por ser um lateral rápido e ofensivo, que se associa bem com os colegas e é capaz de chegar à área e oferecer soluções ao futebol ofensivo da sua equipa. Ainda assim, se pegarmos neste fator, Kaboré não tem tido grande sorte na carreira.

Desde que chegou ao Manchester City, os empréstimos que teve foram para equipas que, na esmagadora maioria dos jogos, não dominam a posse de bola e estão em processo defensivo, algo que não favorece o lateral. Contudo, o facto de ter jogado, nas últimas três temporadas, em dois dos melhores Campeonatos da Europa, ajudou-o a desenvolver-se. Kaboré é forte no um para um, tem uma técnica de drible acima da média e, em termos defensivos, os seus índices agressivos permitem-no ser forte no desarme e fazem com que seja útil em termos defensivos. Resta saber como é que as suas características se moldam a uma equipa que gosta de ter bola e jogar no meio-campo adversário.

Sem nunca ter jogado pela formação inglesa, Kaboré esteve em ação em 26 jogos do Luton na última temporada, tendo feito duas assistências. No Marselha disputou 28 jogos e apontou um golo. Contudo, a melhor temporada da carreira aconteceu em 2021/22, época em que representou o Troyes e esteve em 32 jogos. Para além do clube francês, que pertence ao grupo City, o lateral esteve em destaque na brilhante prestação do Burkina Faso na CAN que terminou com a chegada às meias-finais e o quarto lugar final. No torneio, Kaboré disputou todos os minutos e fez três assistências, com 21 anos.