12 anos depois, a Vuelta regressou a Cuitu Negru. A mítica subida das Astúrias perfilava-se com uma das mais decisivas para as contas finais desta edição, que termina na próxima semana em Madrid. Mais ainda depois de a etapa de sábado, que não terminou em alto, mas contou com uma subida de primeira categoria nos últimos 20 quilómetros, ter acabado com um… sprint. Ao contrário do que tem sido habitual, Kaden Groves (Alpecin-Deceunink) superou Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) e alcançou a sua segunda vitória na presente Volta a Espanha.

“Depois da primeira vitória [ainda em Portugal], tive uma queda naquela que pensei ser a minha última oportunidade [em Córdoba]. É muito raro vencer uma etapa como esta ao sprint. Foi muito difícil ultrapassar Van Aert. Espero estar no Tour no próximo ano. É a ideia. Escolheria [defrontar] Jasper Philipsen, que é o melhor do mundo, mas acho que somos ciclistas diferentes. Ele é mais pro-eficiente em chegadas massivas, enquanto eu sou forte em sprints um pouco menores”, assumiu Groves depois do triunfo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Todos estarão de olho em Primoz [Roglic]. [Domingo] vai ser um dia muito difícil e importante, e estou ansioso por isso. Estou mais cansado agora do que estava há uma semana, mas pelo menos não estou cansado de ficar ao calor o tempo todo, como estava na primeira semana. Assisti à subida de 2012, com Purito [Rodriguez] e Alberto [Contador], e parece muito complicada. A parte final, em particular, é muito dura”, perspetivou o líder Ben O’Connor (Decathlon AG2R La Mondiale) para este domingo.

A terminar a segunda semana de Volta a Espanha estava guardada uma etapa de 143 quilómetros entre Infiesto e o Cuitu Negru, uma subida de categoria especial que chega a ter pendentes de 24% na parte final. Antes haviam duas contagens de primeira categoria e uma de terceira, numa tirada que podia voltar a ser marcada pela fuga, dependendo da vontade da Red Bull-Bora-hansgrohe, de Roglic. O cenário confirmou-se e foram vários os corredores que tentaram sair do pelotão, mas só sete resistiram até à parte final da etapa.

Na aproximação à última subida, Felix Gall ficou para trás e deixou a Decathlon bastante desfalcada no apoio ao líder. Em sentido inverso, Roglic parou para trocar de bicicleta, numa jogada tática que já estaria prevista. Na frente, Jay Vine (UAE Team Emirates) e Bruno Almirail (Decathlon) ficaram para trás e perderam a oportunidade de lutar pela vitória da etapa. Com o início da subida, sobraram Pavel Sivakov (Emirates), Alexsandr Vlasov (Red Bull) e Pablo Castrillo (Kern Pharma), mas a vantagem manteve-se na ordem dos três minutos.

Com a Soudal Quick-Step a trabalhar na frente do pelotão, Mikel Landa abriu as hostilidades, mas encontrou a resposta de O’Connor, Roglic e Mas. Na entrada para os últimos três quilómetros, Castrillo atacou e deixou os rivais para trás. Foi também nessa zona que a Red Bull partiu o grupo principal, com Florian Lipowitz a lançar Roglic na caça à camisola vermelha, mas Enric Mas acabou por recolar. Na decisão da etapa, Vlasov ainda conseguiu chegar a Castrillo mas, na zona mais dura da subida, o espanhol foi mais forte e levantou os braços pela segunda vez nesta Vuelta. Mas e Roglic chegaram a 1.04 minutos e O’Connor a 1.42.

Na geral, a vantagem de Ben O’Connor está pela primeira vez abaixo de um minuto, com Primoz Roglic a surgir a apenas 43 segundos. No terceiro lugar continua Enric Mas, a 2.23 minutos. Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) é quarto a 2.44 e Mikel Landa fecha o top 5, a 3.05.