O Bloco de Esquerda (BE) desfiliou-se da Esquerda Europeia, a família política europeia à qual pertencia até agora. Passa a integrar, enquanto membro fundador, um novo grupo político — a Aliança de Esquerda Europeia pelo Povo e pelo Planeta (ELA, na sigla em inglês) — que promete reforçar e unir a ala mais à esquerda na União Europeia.
A Autoridade para os Partidos Políticos Europeus recebeu o pedido de registo da nova formação política a 29 de agosto, num documento em que Mariana Mortágua e Catarina Martins declaram a adesão do partido à nova família europeia. Da nova aliança política fazem parte mais seis partidos europeus: o espanhol Podemos, o francês Insoumise, o polaco Razem, o dinamarquês Enhedslisten, o sueco Vänsterpartiet e o finlandês Vasemmistoliitto. A informação foi revelada pelo POLITICO.
Catarina Martins será uma das presidentes da família partidária, ao lado de Malin Bjork da Suécia e os escritórios da ELA vão sediar-se em Bruxelas, na Avenue Louise.
Em junho, o BE, através de uma resolução da Mesa Nacional, considerava que a Esquerda Europeia tinha deixado de cumprir o papel de reforço do campo da esquerda verde europeia. Acusava a família europeia que deixa para trás de ter a sua “capacidade política enfraquecida por uma fragmentação interna, fruto do sectarismo contra as forças da plataforma Agora o Povo, a que o Bloco pertence”. “O Bloco, que não pode mais rever-se nas formas de funcionamento da Esquerda Europeia, decide desfiliar-se deste partido e pretende constituir, na oportunidade possível, um novo partido político europeu, nos termos legais e por iniciativa da plataforma Agora o Povo”, descrevia o partido há dois meses.
Para o Bloco o novo partido deve identificar-se “com a maior clareza o espaço de esquerda socialista e ecologista e promover a formação e articulação para iniciativas e ações europeias” e “melhorar os sistemas de comunicação política”.
Em junho, nas eleições europeias, o partido liderado por Mariana Mortágua perdeu um dos dois eurodeputados que tinha, elegendo a cabeça de lista Catarina Martins como eurodeputada única.