“Estou convencido que vai haver Orçamento do Estado” para 2025, disse uma vez mais Marcelo Rebelo de Sousa, falando à margem da Festa do Livro em Belém. Durante a tarde desta quinta-feira, o chefe de Estado recusou dizer o que fará caso seja chumbada a proposta de orçamento do Governo de Luís Montenegro, mas alertou que governar em duodécimos não é uma boa “solução” — nem mesmo aqueles que desejam formar governo no futuro. E apelou ainda ao bom-senso por parte de todos os partidos da oposição.
Governar em “duodécimos é uma solução onde a força, a pujança e a imagem de estabilidade” do Governo são postos em causa, disse o Presidente da República. Acrescentando que coloca em causa as “promessas feitas pelo Governo” e algumas medidas “já aprovadas pela oposição”.
Para Marcelo Rebelo de Sousa “o problema não se resolve com um orçamento retificativo”, mas sim com o diálogo entre os vários partidos, algo que está confiante que acontecerá. Deve ser feita uma “ponte” na “elaboração do Orçamento”, defende o Presidente da República. “É o que é natural e o que eu continuo a achar que vai acontecer. As pessoas são muito racionais, sabem como está o mundo, a Europa, as economias europeias… É importantíssimo o Orçamento do Estado para o ano que vem. Se não fosse não achava que há razões para insistir tanto na sua aprovação”, continuou.
Recusando pronunciar-se sobre o que fará enquanto chefe de Estado caso o orçamento seja chumbado, Marcelo deixou ainda um voto de confiança não só ao trabalho do Governo como da sua capacidade de diálogo com a oposição: “Não acho que vá ser chumbado. Estou convencido que vai haver orçamento, porque o mundo, a Europa, o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] apontam para isso.”
Marcelo Rebelo de Sousa está também convencido que “na hora da verdade vai haver bom-senso”. “As oposições sabem que a estabilidade é fundamental para elas próprias e precisam que a situação seja estável” para que venham a conseguir formar governo no futuro, por isso “vamos esperar pelas negociações (para ver o que acontece) e pelo bom-senso dos partidos”, rematou.