A Metro do Porto, dona da obra do metrobus, ficará apenas com máquinas de venda de bilhetes, validadores e mupis das estações, passando a maior parte das infraestruturas e operação para o município do Porto.

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De acordo com um esboço do memorando a assinar entre o Estado, a Metro do Porto (MdP), a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e a Câmara do Porto, a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso, “o direito de operação do sistema BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus] com recurso aos equipamentos e veículos adquiridos pela MdP para a construção e implementação do BRT será transferido para o Município do Porto”.

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A STCP disponibilizará os espaços necessários à instalação do posto de produção de hidrogénio nas instalações da antiga Estação de Recolha da Areosa”, bem como “o espaço necessário à instalação dos painéis fotovoltaicos necessários à produção de energia para alimentação do posto de produção de hidrogénio nas suas instalações”.

No âmbito do memorando, as partes acordam que “a manutenção corrente que incidirá, designadamente, sobre a generalidade dos pavimentos, incluindo a reposição da camada de desgaste do betuminoso, obras de arte, sinalização, drenagens, revestimentos vegetais e sistemas produtivos (comunicações, informação ao público, videovigilância, sistemas elétricos e de iluminação e sistemas de controlo e gestão de tráfego), ficará a cargo do Município do Porto”.

Já a manutenção “dos demais elementos da operação do sistema de BRT, designadamente dos sistemas de bilhética (validadores e MVA — Máquinas de Venda Automática), publicidade nas estações (mupis analógicos e digitais), ficará a cargo da MdP”.

No âmbito do memorando, será ainda preparado um contrato de serviço público para “definir os termos da assunção, pelo município do Porto, da titularidade do direito de operação” do metrobus, “definir as obrigações de serviço público a cumprir pela STCP” e “eventuais compensações por obrigações de serviço público” à STCP pela operação do metrobus.

Em 23 de agosto, a Metro do Porto anunciou a conclusão geral da empreitada da primeira fase do metrobus (Casa da Música — Império), mas remeteu a finalização dos acabamentos para o final de setembro.

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Faltam chegar os veículos a hidrogénio encomendados pela Metro do Porto que farão a operação, fazendo com que uma solução provisória esteja atualmente em discussão entre Câmara do Porto, STCP e Metro do Porto.

A autarquia e a STCP sugeriram a utilização provisória do canal do metrobus da Avenida da Boavista pela linha 203 até à chegada dos autocarros a hidrogénio, noticiou esta quinta-feira a Lusa.

De acordo com uma resposta do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, ao presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, o autarca pediu à STCP “para explorar a viabilidade de utilizar a infraestrutura rodoviária já concluída, através de uma operação transitória com os meios disponíveis”.

A presidente da STCP, Cristina Pimentel, refere que a linha 203 [Marquês — Castelo do Queijo] será “a mais adequada para poder utilizar o corredor central da Avenida da Boavista, a partir da Marechal Gomes da Costa até à Casa da Música/Rotunda da Boavista”.

O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império (obra quase concluída) e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.

Os veículos definitivos do serviço serão autocarros a hidrogénio semelhantes aos do Metro do Porto e custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.

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